Olberdam: o FC Porto, Espanha e as saudades de Marcinho

Olberdam diz-se feliz na Madeira e no seu Marítimo, com quem contrato por esta época e mais outra. No entanto, como todos os futebolistas, admite que, se as coisas continuarem a correr bem e se surgir uma boa proposta para si e para o clube, encara a possibilidade de sair para um grande em Portugal ou de outro país. Jogar em Espanha é um sonho e, no futebol português, confessa ter admiração pelo FC Porto.

«Chegar a um grande, todos pensam assim. Acho que, no meu caso, está no momento certo para poder dar o salto. Se fosse mais cedo, não estaria preparado. Hoje, se surgir uma boa oportunidade, estou preparado, pelo que já vivi. Não vale a pena sonhar se não trabalharmos bem. Depois, se aparecer alguma coisa boa para o Marítimo e para mim, logo se vê», disse, em entrevista ao Maisfutebol, com um sorriso estampado no rosto.

O brasileiro não se esconde quando lhe perguntam que grande escolheria para jogar em Portugal: «Tenho um grande carinho pelo FC Porto, pelo futebol que pratica. Mas não sei se encaixaria bem ali. No futebol não se escolhe o dia, a hora ou local, porque somos profissionais, e até poderia ser um grande de um outro país. Sinto que estou preparado para outros desafios.»

«O sonho comanda a vida.» E Olberdam não foge à regra: «É um sonho jogar na liga espanhola. Gosto muito desse futebol. Por exemplo, se compararmos com o italiano, vemos que em Itália se joga mais em força. Gostava muito de jogar em Espanha.»

Já a selecção brasileira, para quê entrar em ilusões? «A esperança é última coisa a morrer, mas reconheço que tenho muitos jogadores à minha frente. Há muitos jogadores com currículo para a selecção, por isso fico por aqui com os pés na terra a ajudar o Marítimo». E a naturalização, alguma vez terá pensado nisso? A questão apanha Olberdam de surpresa: «Nunca me passou pela cabeça. Se fosse para dar um salto na minha carreira, não vejo nenhum problema em ser português, porque gosto de Portugal e das pessoas.»

Admirador de Redondo

O futebolista não gosta muito de falar de si, mas sim da sua equipa. No entanto, abriu uma excepção, quando desafiado a definir-se: «Sou um jogador que luta sempre pelos seus objectivos, que não desiste de nada, que não vira a cara à luta. Tenho tentado demonstrar isso. Estou a relançar a minha carreira, porque andei um pouco desaparecido, mas luto por tudo e por todos dando o litro dentro de campo. O meu ídolo? Gostava muito do Fernando Redondo, o argentino, que para mim foi um dos melhores, pela classe que tinha. E era esquerdino como eu.»

Fora do relvado, também mudou estilo e forma de estar. «Sou casado e fiquei caseiro. Não o era, agradeço à minha esposa. Agora sou mais tranquilo. Claro que todos os jovens tem momentos de euforia e agora estou mais preparado para tudo e vivo para a família», afirmou.

Saudades de Marcinho

Já perto do final da conversa com o Maisfutebol, Olberdam falou com um brilhozinho nos olhos de um amigo que está longe.

«Tenho muitas saudades do meu amigo Marcinho, que agora está no Chipre e está muito bem no Apoel. Fizemos uma grande amizade e uma grande família, todos os anos nos encontramos nas férioas. Espero ficar amigo dele para o resto da minha vida. Quando cheguei aqui ainda era solteiro e chegámos a viver juntos. Falámos muito sobre as minhas tristezas e ele ajudou-me muito aqui no Marítimo. É uma pessoa sensacional, não o vou esquecer, esteja onde estiver», sublinhou.

Confrontado se Marcinho tinha lugar no actual Marítimo, Olberdam foi claro: «O Marcinho joga em qualquer lugar do Mundo. Quando quer jogar ele joga e muito. Está feliz onde está e continuo a desejar-lhe as maiores felicidades do mundo.»

O médio tem a esperança de ainda voltar a jogar ao lado do amigo. «É um grande sonho, mas tem de ser logo, pois já está a ficar velho (risos). Não quero jogar nas peladas, mas sim em alta competição, num clube», concluiu.