Entre Linhas: Fernando, a seleção e a história por contar
O pedido da Federação à FIFA estava destinado ao fracasso e aqui fica um exemplo próximo a comprová-lo.
«Fernando? A mim aconteceu-me o mesmo, há mais de um ano»
Ponto prévio: este é um mero artigo de opinião e não gosto particularmente de abordar temas sem estar na posse de todos os dados. Porém, devo admitir que algumas questões suscitam particular curiosidade.
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A história de Fernando com a seleção nacional portuguesa é uma delas. A notícia foi, veio e parece que já passou. Hoje em dia, com um fluxo ininterrupto de informações e rumores, é difícil reter mais que o essencial.
Os dados conhecidos foram estes: a FIFA confirmou ao Maisfutebol que a Federação Portuguesa de Futebol desencadeou, em fevereiro, o processo necessário para a «possível mudança de federação» por parte do médio do FC Porto.
A 2 de maio, a Federação anunciou que o organismo que tutela o futebol mundial tinha afastado a possibilidade de Fernando representar a seleção nacional.
Pelo meio, Paulo Bento falou sempre num processo administrativo. Pelo que se sabe do treinador, nunca foi um grande adepto desta prática. Ainda assim, não fechou a porta ao jogador nas intervenções públicas.
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Então, qual é a minha dúvida? Ela aqui fica, já que nos artigos informativos sou contra os pontos de interrogação e as reticências: a Federação não sabia que o pedido por Fernando seria inevitavelmente recusado?
Nesta terça-feira, em conversa com Hélio Pinto sobre o título conquistado pelo Légia de Varsóvia, recordei o tema.
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Hélio Pinto esteve na mesma situação que Fernando há mais de um ano. Fez 17 jogos pela seleção portuguesa, entre os sub-18 e os sub-20, e rumou entretanto ao Chipre. Chegou em 2005 e, em 2012, a federação cipriota avançou com idêntico pedido. A FIFA recusou.
«Por acaso acompanhei as notícias que foram saindo em Portugal sobre o Fernando e achei curioso porque já me tinha acontecido o mesmo, mas aí acharam que era novidade. Eu não pude jogar pelo Chipre porque fui internacional jovem por Portugal em jogos oficiais. E claro, nessa altura não tinha a nacionalidade cipriota.»
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Perante este cenário, não percebi a esperança alimentada com o pedido oficial da Federação Portuguesa de Futebol à FIFA. De certa forma, o organismo internacional limitou-se a resolver uma questão interna que não acolhia unanimidade.
Um dia, como geralmente acontece, será conhecida toda a história. E eu, que sempre fui contra as naturalizações, aguardarei com especial curiosidade o balanço de Fernando.
Entre Linhas é um espaço de opinião com origem em declarações de treinadores, jogadores e restantes agentes desportivos. Autoria de Vítor Hugo Alvarenga, jornalista do Maisfutebol (valvarenga@mediacapital.pt)
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