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Opinião  |  

Cristiano Ronaldo: as lendas não têm preço

Português continua esfomeado como nunca, e não há melhor forma de encarar o novo desafio.

As lendas não têm preço.

Nestas últimas horas esta foi a frase relacionada com a transferência de Cristiano para a Juventus com que mais concordei.

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100 milhões é de mais para um avançado de 33 anos e muito pouco para um monstro devorador de recordes. Para o melhor jogador da história do clube, alguém que se afasta de Di Stéfano a cada golo marcado, e que o tempo encarregará certamente de colocar ao lado de Pelé, Maradona, Cruijff e, claro, Messi, que também, ao mesmo tempo, cria a sua própria lenda.

Ronaldo não tem par, como nenhum dos outros.

Uma lenda não tem preço, e Cristiano Ronaldo deveria ter terminado a carreira ao mais alto nível em Madrid. Teria sido o cenário perfeito.

Quem perde mais é o Real. Enganou-se muitas vezes sobre o português. Ao achar que não durava tanto, investindo mais de 100 milhões em Gareth Bale para preparar a sucessão já a partir de 2013, e depois ao não protegê-lo, ao não mimá-lo como se calhar merecia, de todas as vezes que provou que conseguia tocar o céu.

É provável que os adeptos gostassem mais dos golos que marcava do que dele próprio, também por culpa da sua personalidade, e de um egoísmo e ambição que carregou quase sempre a equipa às costas. Parece estranho que uma equipa com Bale, Benzema, Modric e Kroos, entre outros, precise que a levem aos ombros, mas a verdade é que foi muitas vezes o que aconteceu. Cristiano Ronaldo foi o Real Madrid e o Real Madrid foi Cristiano Ronaldo. Os merengues alimentaram-se do capitão da Seleção Nacional, e vice-versa.

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Qualquer um que agora o substitua terá herança enorme.

O desafio é grande. A Serie A é um degrau abaixo no ranking das ligas, perdeu muito ao longo das últimas décadas, que nem o muito dinheiro investido nos principais clubes de Milão e na Roma conseguiu recuperar. A sua contratação é uma injecção grande de popularidade e valor, um pouco no mesmo sentido que teve a chegada de Neymar a Paris. Mas não chega, tal como não chegou para a Ligue 1.

O campeonato italiano é menos meigo na luta pela posse de bola, Turim tem menos sol que Madrid, a paciência depois dos 30 será um pouco menos duradoura. No entanto, a Juventus promete mantê-lo a nível semelhante, continuando capaz de lutar pelos maiores troféus continentais e individuais. E ainda, pela heptasuperioridade que tem mostrado nas últimas sete temporadas, gerir forças, descansar e projectar o seu rendimento ao longo dos meses da melhor forma, tal como fez com Zidane ao comando dos merengues. Além disso, é um Cristiano ainda obcecado, feroz e avassalador aquele que promete chegar a Turim, e isso pode chegar como catalisador para duas épocas, pelo menos, de grande nível.

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Itália trata os profissionais e os jogadores melhor do que ninguém. Os tiffosi e os dirigentes certamente ajudarão a combater os dias mais sombrios e nublados de Turim. Quando chegar a hora, não vejo a Juventus a despedir-se da mesma forma de uma lenda (até aí Cristiano saiu por cima).

Claro que a Vecchia Signora aponta à Champions, e Ronaldo é o ás de trunfo para ajudar a conquistá-la.

Não será um desafio fácil. Nove anos depois e aos 33, sair pela terceira vez da sua zona de conforto para continuar ao mais alto nível só pode ser motivo de elogio. Ronaldo continua esfomeado, e todos têm a ganhar com isso. Todos, menos o Real.

Ronaldo é único, e o grandioso clube de Madrid é castigado por não o ter percebido.

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