«4x4x3»: Jonas e Slimani, golos em saldos
Diferentes no estilo e no percurso, iguais na influência
«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.
Slimani marcou o golo da vitória do Sporting sobre o Sp. Braga, Jonas respondeu com três dos quatro golos do Benfica na Choupana. O «toca e foge» prossegue, numa luta de goleadores que engrandece a Liga semana após semana. Semelhantes na competência e na influência dentro da equipa, tão distintos no trajeto e no perfil. Jonas veio reforçar a convicção de que a nossa Liga pode ser efeito revigorante em «trintões» com provas dadas em campeonatos mais sonantes. Sem espaço num Valencia em revolução, com a chegada de Peter Lim, o avançado brasileiro mostrou ter ainda muito para dar, e voltou a bater às portas da seleção brasileira. Slimani atesta a importância da prospeção, do talento luso para descobrir valor onde muitos clubes nem sequer colocam os pés, quanto mais os olhos. «Perdido» no modesto CR Belouizdad, já com 25 anos, o avançado argelino mostrou que nunca é tarde para ter uma oportunidade. Pelo menos para quem tem vontade de aprender. A evolução do argelino nestes dois anos em Alvalade é evidente, e praticamente transversal a todos os momentos do jogo. Do contributo defensivo à finalização. Até mesmo no seu ponto fraco, a capacidade para jogar de costas para a baliza, de procurar o espaço entre linhas. Slimani sabe que nunca será um prodígio técnico, mas prefere errar a tentar do que virar costas ao jogo, incentivado por Jorge Jesus. E quanto melhor se movimenta fora da área mais difícil fica travá-lo no seu «habitat natural». Os dezassete golos que regista nesta altura foram todos apontados dentro da área. E o lance do golo da vitória sobre o Sp Braga é uma cena muitas vezes repetida: cruzamento da esquerda e o argelino a reivindicar o estatuto de rei das alturas ao segundo poste. Oito dos golos marcados foram de cabeça, e curiosamente até marcou mais de pé esquerdo (cinco), do que com o pé direito (quatro).
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Jonas é um um avançado mais «silencioso». Perspicaz no aproveitamento do espaço entre linhas, dinâmico, mas também cínico na área, como atesta o «hat trick» ao Nacional. Dois golos de cabeça e um de pé esquerdo a somar à contabilidade de um...destro. Embora o camisola 17 das «águias» marque sobretudo com o pé direito (oito tentos), tem seis golos de cabeça e quatro de pé esquerdo. Mais discreto mas também mais «fino», o brasileiro parece estar à frente de todos os outros na velocidade de raciocínio. Por mais impressionantes que sejam aquelas receções de bola depois de um «balão», o melhor de Jonas está na mente.
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