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Não haverá mais Ruis Costas e Figos?

Opinião de Paulo Autuori Paulo Autuori, treinador do V. Guimarães, escreve nestas páginas durante o Euro-2000.

Redação

RIO DE JANEIRO- Graças à oportunidade dada pela televisão, os amantes do futebol deste lado do Atlântico têm condições de observar mais aprofundadamente o estágio actual do futebol europeu, representado pelas principais equipas nacionais

da Europa. 

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Dos jogos até agora disputados fica a sensação de que ao final da primeira rodada algumas seleções tradicionais, «monstros sagrados» como Alemanha, Itália, Inglaterra e Espanha (?), decepcionaram completamente aqueles que esperavam

por parte das mesmas prestações de bom nível.  

Assim não foi e as atenções foram todas para França, Portugal, Eslovénia e Jugoslávia com todos os méritos, ao demonstrarem física, táctica e principalmente técnica e mentalmente óptimos atributos, tendo até mesmo momentos de brilhantismo. Certo, é apenas o primeiro passo em direção ao objetivo máximo, porém não devemos esquecer que este Euro é uma competição de «tiro curto» e como tal vitórias e exibições convicentes, como estas quatro seleções proporcionaram, são francamente moralizadoras. 

É notório que o futebol alemão atravessa um momento difícil tanto individual quanto coletivamente. A própria convocação de Paul Rink, brasileiro naturalizado, evidencia algo que num passado recentíssimo seria impossível imaginar-se.  

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A Inglaterra voltou a utilizar o seu velho e ultrapassado jogo de pontapés longos para a frente, a bola quase não passa no meio-campo, e os constantes cruzamentos largos sobre a área adversária. Aquando da passagem de Hoodle no comando técnico do «English Team», o estilo de jogo mudou substanciamente, com uma maior utilização do meio-campo e consequentemente o aumento da qualidade. Os ingleses sentem imensas dificuldades quando defrontam uma equipa com um futebol apoiado e envolvente, como foi o caso de Portugal.  

É justamente a excelente vitória lusa, alicerçada com uma exibição de altíssimo nível técnico e mental, que desejamos enfatizar, até porque entendemos que esse triunfo transcende o facto de ter sido um início promissor no Euro-2000.  

A vitória sobre a Inglaterra leva para o território português a esperança de que nas competições internas seja possível verificar essa pujança física, táctica, mental e técnica. Sim, técnica, pois foi exactamente nesta vertente que residiu o encanto do futebol português, a exteriorizar límpida e objectivamente a total viabilidade de associar-se a qualidade técnica com a competitividade (só não é possível quando se está acomodado).  

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Bem apoiados por todos os seus companheiros, Figo e Rui Costa encheram os olhos dos mais exigentes amantes do verdadeiro futebol, assim como Zidane e Zahovic, demonstrando que a essência do futebol é a qualidade técnica e não a correria desenfreada e pouco inteligente que tem imperado no mundo da bola. 

Estes momentos mágicos protagonizados por estes jogadores são lances de pura arte - e nos desculpem os pragmáticos da bola (estão na moda...), mas futebol é arte -, que conseguiram quebrar a previsibilidade de jogos que pelo excessivo rigor táctico tornam-se quase mecânicos e por isso extremamente monótonos. 

Esta vitória enche de responsabilidades todos os intervenientes do futebol luso e coloca-os frente ao desafio de serem mais ousados, mais audaciosos e portanto mais disponíveis para o espectáculo, espectáculo que FIGO e RUI COSTA mostraram ser possível de se ver em solo português. Será que não existirão outros mais como eles?

                                                                                                  Paulo Autuori

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