«4x4x3»: Bernardo, oficial de ligação em França
Jogador do Mónaco pode clarificar a identidade ofensiva da Seleção
«4x4x3» é um espaço de análise técnico-tática do jornalista Nuno Travassos. Siga-o no Twitter.
Apuramento garantido a uma jornada do fim e fechado com sete vitórias consecutivas. A campanha de Portugal rumo ao Euro2016 é inatacável, mesmo que a identidade da equipa ainda esteja a criar raízes. São dores de crescimento naturais, tendo em conta que Fernando Santos assumiu o comando da equipa já com o apuramento a decorrer, e o tempo para que os selecionadores treinem as suas ideias é sempre curto. A prioridade era ganhar, e isso foi conseguido. Mesmo que tenha sido sempre pela margem mínima. Mais do que a famosa nota artística, importa olhar para a consolidação de processos. E a nível defensivo a Seleção de Fernando Santos tem apresentado elevada segurança, atestada pelos quatro golos sofridos em sete jogos (três de bola parada e apenas um de bola corrida, a fechar a campanha). Mérito da estratégia do selecionador, que resistiu às constantes mudanças forçadas no setor mais recuado. No plano ofensivo as ideias parecem menos claras. A equipa mostra-se mais hesitante, confusa e previsível. A aposta em Cristiano Ronaldo para falso ponta de lança trouxe estabilidade defensiva, nomeadamente no corredor esquerdo, mas a mobilidade da frente de ataque (e não apenas do capitão) ainda se confunde muitas vezes com anarquia. Portugal mostra-se cómodo em contra-golpe e desconfortável em ataque organizado. Parece mais preparado para defrontar a Espanha do que a Irlanda do Norte. O equlíbrio está encontrado, mas agora falta a capacidade para assumir o controlo do jogo. Falta a ligação entre a classe operária e a equipa criativa. E é aí que Bernardo Silva pode ser muito útil.
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