Entre Linhas: Defour não é problema nem parece solução
Após 113 jogos com a camisola do FC Porto em três anos, o belga deixa a sensação de não passar de um bom jogador
Não me parece lógico, nesta fase, recordar o ídolo do St. Liège ou a unidade assídua da seleção belga. A propósito: no Mundial, poderá silenciar críticos como eu.
Proud to be part of the team #brasil#worldcup#teambelgiumpic.twitter.com/VmktV6P4G6
— Steven Defour (@Steven_Defour35) 13 maio 2014
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No total, são 113 partidas como dragão. Suficiente para um balanço relativamente criterioso. Repito a ideia: para mim - e posso estar enganado – o belga não é parte do problema mas está longe de ser parte da solução.
Abre-se um parênteses para a questão essencial: que caminho vai trilhar o FC Porto com Lopetegui? Terá mais espaço para jogadores como Steven Defour ou como Hector Herrera?
Um privilegia a posse simples, a estrita lógica da regularidade e do critério. O outro é explosão, risco e velocidade com bola.
Faço um exercício curioso: imagino Defour e Herrera em funções domésticas após um jantar. O mexicano empilha copos em cima de pratos, vai a correr da sala para a cozinha, sacode a toalha ainda a caminho da janela e deixa a água a correr enquando passa por lá toda a louça. Ou loiça, se preferirem.
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Enquanto isso, o belga cumpre a função como mandam as regras. Sem mais, nem menos. Recolhe os pratos, os copos e os talheres. Sacode a toalha junto ao balde do lixo e lava a louça com critério: passa por água, fecha a torneira, esfrega tudo e abre novamente a água. Demora mais, erra menos. É eficiente.
É essa a imagem que fica: durante um jogo, durante a maioria dos jogos, vejo muito Herrera. Um Herrera fantástico, um Herrera miserável. Um Herrera que arrisca a exposição ao rídiculo na busca incessante pelo desequilíbrio. Pelo meio, vejo pouco Defour.
Mais 3 pontos, temos que continuar à trabalhar #somosporto#fcportopic.twitter.com/g1wRb0CfcD
— Steven Defour (@Steven_Defour35) 22 abril 2014
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Herrera custou mais, é certo, mas está há apenas um ano no clube.
Em 3 épocas e 113 jogos, recordo alguns de grande nível do Defour. Alguns, não muitos. Depois vem a maioria, as exibições regulares, sem comprometer (exceção feita ao duplo amarelo frente ao Málaga, na temporada passada). A demonstrar a sua utilidade, como uma boa alternativa.
Mas isso não parece chegar para o jogador e o FC Porto precisa de algo mais. Ao fim de três anos, os adeptos esperariam alguém com capacidade para assumir o jogo e contagiar o grupo. Se calhar, alguns prefeririam André Castro, homem da casa, que assinou a título definitivo pelo Kasimpasa.
Defour sentiu-se confortável na posição 6. Por ali, cumpriu com boa nota. Alinhando mais à frente, deveria apresentar maior número de golos (7 desde a chegada), maior número de assistências, maior número de passes de ruptura.
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Foram trinta jogos como titular na presente época. Depois de Vítor Pereira e João Moutinho, depois de Paulo Fonseca e Lucho González, o belga teve com Luís Castro a ansiada continuidade. O que aconteceu? A meu ver pouco, mesmo tendo em conta o período conturbado.
Voltando ao início. O casamento pode prolongar-se no tempo e fazer sentido. Mas para mim, arriscando o palpite, será uma união serena, ligeiramente acima da média, sem episódios regulares de paixão.
Bicampeão na Bélgica e bicampeão em Portugal, @Steven_Defour35 faz hoje 26 anos. Joyeaux anniversaire, Steven! pic.twitter.com/E9W30WlOmA
— FC Porto (@FC_Porto) 15 abril 2014
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