Dahoud, uma promessa para inspirar a migração síria
Médio de 19 anos começa a conquistar o seu espaço no Borussia Mönchengladbach
P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos.
Numa altura de intenso fluxo migratório sírio, provocado pela guerra civil, há um emigrante deste país a assumir-se como uma das revelações da Bundesliga 2015/16, com a camisola do Borussia Mönchengladbach. Embora tenha deixado a cidade natal de Amuda logo em 1996, quando tinha apenas dez meses, Mahmoud Dahoud não deixa de ser um talento futebolístico a promover a emigração síria face a dúvidas e receios que jamais deveriam colocar em causa a solidariedade. Da história de vida de «Mo» Dahoud ainda pouco se sabe, até pela vontade do clube em protegê-lo do debate atual em torno da Síria, tendo em conta também que o médio está na Alemanha praticamente desde que nasceu. É internacional sub-20 germânico, de resto. Dahoud começou a jogar no Germania Reusrath, um modesto emblema de Langenfield, localidade entre Leverkusen e Düsseldorf, para onde se mudou depois, recrutado pelo Fortuna. Em 2010 assinou pelo vizinho Borussia Mönchengladbach, também da região da Renânia do Norte-Vestfália. É promovido à equipa principal na pré-época de 2013/14, com apenas 17 anos, mas uma lesão adia um pouco a estreia oficial. Até 28 de agosto de 2014, quando Lucien Favre o lance ao minuto 55 da goleada ao FK Saravejo, no «playoff» da Liga Europa (7-0). O primeiro jogo na Bundesliga surge apenas em abril deste ano, diante do Borussia Dortmund, em jeito de aviso para uma utilização mais regular em 2015/16. Suplente utilizado nos primeiros seis jogos da época, estreia-se a titular no dia 19 de setembro, em Colónia. Foi como um último contributo do técnico Lucien Favre para o clube, que deixou no dia seguinte, poucos meses depois de um apuramento para a Liga dos Campeões por via de um terceiro lugar na Bundesliga. Treinador da equipa de sub-23 do Borussia Mönchengladbach e por isso conhecedor da qualidade de Dahoud, André Schubert manteve a aposta quando sucedeu a Favre. O médio foi titular em treze dos catorze jogos disputados desde então (suplente utilizado apenas na Taça).
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«Mo» Dahoud pode nem conhecer bem a atualidade realidade no seu país natal, mas a sua afirmação numa das melhores Ligas do mundo representará certamente uma inspiração para muitos sírios que procuram uma vida em paz na Europa.