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Portugal-Noruega  |  

Capitão Éder: e tudo a braçadeira mudou...

Noventa minutos a olhar para o avançado do Lille no jogo contra a Noruega. Discreto até ao momento da estreia como capitão de equipa

Num passado não muito longínquo, Mariano González era uma espécie de «patinho feio» no FC Porto. Esforçado mas, muitas vezes, inconsequente, fazia os adeptos perder a paciência e muitas vezes virarem-se contra ele. A dado ponto do processo, começou a notar-se uma diferença: quando envergava a braçadeira de capitão, o argentino transfigurava-se. Muitas vezes marcava, até, e golos de belo efeito.

O fenómeno, por assim dizer, alastrou-se a Éder que fez esta noite o seu segundo golo ao serviço da seleção nacional, minutos depois de receber a braçadeira, pela primeira vez na sua carreira.

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O Maisfutebol esteve a analisar a prestação de Éder ao longo de todo o jogo com a Noruega, que Portugal venceu por 3-0. Testemunhou o crescendo de confiança mas também um início de segunda parte, sobretudo, praticamente alheado do golo. Não é exagero dizer que, no segundo tempo, recebeu primeiro a braçadeira do que a bola.

A crónica do jogo

Primeira parte: perigo nas duas balizas

Fernando Santos apostou no avançado do Lille em dupla com Ricardo Quaresma, sendo que o posicionamento deste era bastante mais móvel, dadas as características de ambos. Com a bola a chegar poucas vezes pelo centro, face ao recuo do bloco norueguês, foi na direita, sobretudo na primeira parte, que Éder tentou entrar num jogo que não lhe chegava.

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Curiosamente, a primeira ação no jogo até foi no flanco oposto. Aos dois minutos, mistura coisas boas e más. Recebe descaído para a esquerda, falha a devolução, insiste, tenta entregar e ganha lançamento. Pouco depois, já no centro, pede a bola a William que faz um passe frontal que sai curto. A bola é para a defesa norueguesa.

Nota-se desde cedo um aumento do barulho nas bancadas a cada ação de Éder. Isso leva-o a pressionar o guarda-redes, que recebe um atraso, aos 6 minutos, e a receber palmas por uma ação simples no minuto seguinte: recebe longe da área e entrega a Quaresma, mesmo sofrendo falta.

Começa, então, a procurar espaço à direita. Foi assim ao minuto 9 e 11, antes da primeira grande oportunidade no jogo. Já com Portugal a vencer por 1-0, antecipa-se a Hovland e desvia ao lado. Bom movimento, má finalização.

A ação na área é, de resto, enérgica por esta altura. Aos 16 minutos vê Strandberg afastar ao primeiro poste um cruzamento de João Mário quando já tinha escapado entre o Hovland e Linnes.

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Duas bolas ganhas de cabeça, a segunda com fora de jogo, antes da meia hora, antecipam um momento de azar que quase dá golo da Noruega. A melhor oportunidade dos visitantes no jogo nasce de uma ação defeituosa de Éder, no meio campo ofensivo, com o passe a não apanhar Quaresma. O contra-ataque é conduzido por King, mas Anthony Lopes evita o empate.

Antes do intervalo não volta a tocar na bola, mesmo acudindo a dois cruzamentos quase seguidos de Cédric. Em ambos, Strandberg é mais forte.

Segunda parte: e tudo a braçadeira mudou

O início dos segundos 45 minutos para Éder é francamente mau. Desligado, preso de movimentos e sem qualquer ação digna de registo no primeiro quarto de hora.

Aliás, ao minuto 56 o Dragão chegou a assobiar quando, em esforço, Éder não chegou a um passe de Raphael Guerreiro e assim se desperdiçou um contra-ataque.

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À passagem do minuto 60, então, veio o momento que virou tudo do avesso. Fernando Santos trocou Ricardo Carvalho por Danilo e o primeiro entregou, surpreendentemente, a braçadeira a Éder. A explicação, porém, foi simples: era o mais internacional que estava em campo.

Logo a seguir, o avançado corta de cabeça um cruzamento da Noruega, em auxílio defensivo, antes de entrar nos minutos que lhe mudaram a imagem. Antes, ainda uma queda à entrada da área ficando a pedir falta. De qualquer forma, dificilmente chegaria ao passe de André Gomes.

Aos 69, o golo. Iniciado e finalizado por si. Recebeu no meio campo, dominou com o espaço que ainda não tinha tido na segunda metade e abriu em João Mário na direita. Este, depois de combinar com Cédric, centro rasteiro. Éder fugiu bem ao seu opositor e finalizou para o terceiro golo português.

E o quarto, com bis de Éder, não chegou por pouco. Aos 72 minutos, recebeu à entada da área, simulou bem sobre Hovland e disparou com o pé esquerdo. Desta feita Jarstein foi mais forte e defendeu.

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Foi, também, a última ação importante de Éder no jogo, que ainda auxiliou a defesa em mais dois lances, antes do apito final.

Só faltava mesmo a flash-interview, onde isolou os 6 meses no Lille do resto da temporada e admitiu que é «um orgulho usar a braçadeira».

Éder, capitão e a marcar. Uma noite que, certamente, não vai esquecer.

*A análise à prestação de Éder foi efetuada com base nas imagens da RTP.

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