Crise levou EDP a desistir de fábrica térmica no Brasil
Risco obrigou empresa a rever estratégia
A crise financeira internacional levou a Energias do Brasil a desistir da construção de uma fábrica térmica, na região Nordeste, anunciou esta quinta-feira a controlada pela EDP-Energias de Portugal.
A fábrica térmica de Pecém II seria construída no litoral do Estado do Ceará, num investimento estimado de 600 milhões de dólares (428,6 milhões de euros), avançou a «Lusa».
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«Suspendemos nossa participação no Porto Pecém II por alterações no cenário macroeconómico e turbulência no cenário financeiro», disse o presidente da Energias do Brasil, António Pita de Abreu.
«É um investimento de longo prazo e cerca de 40 por cento dos equipamentos seriam pagos em dólar», avançou o responsável, citado pelo jornal «Gazeta Mercantil».
A volatilidade do mercado internacional aumentou a relação retorno-risco do investimento, o que levou o grupo português a desistir do negócio.
A moeda brasileira registou, apenas em Setembro, uma desvalorização em relação ao dólar norte-americano de mais de 16 por cento.
Pita de Abreu salientou, entretanto, que a desistência foi um «caso pontual» e que a Energias do Brasil está a analisar alternativas de investimento, nomeadamente fábricas térmicas movidas a gás.
«A previsibilidade do mercado deve aumentar daqui para frente e aí haverá novamente uma margem para lidar com a rentabilidade», afirmou.
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