CIP: desemprego deverá chegar aos 8% até Março
Presidente do organismo diz que há países que estão piores, como a Alemanha e a Espanha
O ritmo do aumento do número de desempregados em Portugal deverá levar a taxa de desemprego até aos 8 por cento até Março, estimou esta segunda-feira o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).
Em declarações à Lusa, Francisco Van Zeller, estimou hoje que a taxa de desemprego chegue aos 8 por cento no primeiro trimestre do ano, porque a economia «ainda não está a melhorar» e este indicador é «muito lento a reagir».
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«O desemprego está a evoluir da forma prevista e no conjunto não estamos bem, mas ainda assim não somos os piores, comparando com outras realidades como a alemã ou a espanhola», disse.
Questionado sobre se o Governo será pressionado a adoptar um novo conjunto de medidas para apoiar a manutenção e a criação dos postos de trabalho, Van Zeller considerou que o Governo está a agir bem perante a crise.
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«O Governo tem feito legislação e intervenções directas. Está a fazer muito, até mais do que o patronato e os sindicatos», disse o presidente da CIP.
No final de Janeiro estavam inscritos nos centros de emprego 447.966 desempregados, mais 12,1 por cento que no mesmo mês de 2008 e 7,7 por cento acima do universo de inscritos em Dezembro.
Ao longo do mês de Janeiro, passaram pelos centros de emprego 70.334 novos desempregados, alguns dos quais obtiveram colocação.
O universo dos que se inscreveram nos centros de emprego durante o mês de Janeiro superou em 27,3 por cento o do mês homólogo de 2008 e 44,7 por cento face ao mês anterior.
Dados da Direcção-Geral do Orçamento revelam que o Estado aumentou em 8,6 por cento os gastos com subsídio de desemprego em Janeiro deste ano, face ao mesmo mês do ano anterior.
Na semana passada, o INE divulgou hoje que a taxa de desemprego atingiu os 7,6 por cento no final de 2008, o que representa um desagravamento face aos 8 por cento de 2007 e traduz um ligeiro aumento face ao trimestre anterior (em que a taxa se situou 7,7 por cento).
O Governo estima para o conjunto de 2009 que a taxa de desemprego se situe nos 8,5 por cento.
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