Controlinveste «salva» quatro do despedimento
Representantes dos trabalhadores consideram medida insuficiente
A Controlinveste anunciou esta segunda-feira que retirou do processo de despedimento colectivo «um dos cônjuges de cada um dos dois casais envolvidos» e «mais dois trabalhadores», número considerado insuficiente pelos representantes dos trabalhadores dos quatro jornais do grupo.
Em comunicado divulgado, e citado pela agência Lusa, a administração da Controlinveste refere que a decisão relativa ao processo de despedimento colectivo em curso, da Global Noticias Publicações e da Jornalinveste Publicações, foi tomada «após uma reflexão séria e realista sobre as opções estratégicas de negócio e a necessária reestruturação das empresas».
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Jornalistas ponderam formas de luta
«Essa decisão surgiu após uma análise cuidada de medidas correctivas e de alternativas, e revelou-se inexorável face à degradação dos resultados das empresas e às perspectivas de mercado», lê-se no comunicado.
A Controlinveste sublinha ainda que o processo está a decorrer «na observância de todos os requisitos legais» e que a empresa manterá «sempre um espírito de diálogo e abertura, tendo em vista a minimização dos inevitáveis efeitos negativos desta situação».
Trabalhadores falam de «simulação de negociação»
Por sua vez, os representantes dos trabalhadores dos quatro jornais da Controlinveste, «JN», «DN», «24 Horas» e «O Jogo», acusam o grupo de ter levado a cabo uma «simulação de negociação», criticando o facto de não terem sido «apresentadas e negociadas soluções alternativas ao despedimento colectivo».
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«Reconhecemos como positivo que a empresa tenha corrigido a sua posição em relação a quatro trabalhadores mas quatro trabalhadores em 123 abrangidos é manifestamente pouco», afirmou à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia.
«Continua a ser um facto que a Controlinveste tenciona despedir os restantes sem ter procurado aprofundar a discussão de alternativas ao despedimento colectivo e sem ter desenvolvido um esforço com vista a sua suspensão ou minimização dos seus efeitos», acrescentou o responsável.
Para Alfredo Maia, o comunicado divulgado pelo grupo «não traz nada de novo», sublinhando que «quando uma das partes se limita a responder negativamente ás propostas da outra parte e não apresenta contrapropostas, nem propostas próprias, não se pode falar de uma verdadeira negociação».
Os trabalhadores dos quatro jornais decidiram apresentar sexta-feira um pré-aviso de greve de 24 horas para 4 de Março, na sequência dos plenários que mantiveram, e solicitar aos Ministérios do Trabalho, da Economia e dos Assuntos Parlamentares, bem como às Comissões de Trabalho, de Economia e de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República que «avaliem as múltiplas consequências dos despedimentos colectivos e das medidas em curso».
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