2015, odisseia na Antártida: o futebol está a chegar
O conquistador Lutz Pfannenstiel arranca para o continente branco. Até ao final de 2015 pretende organizar um encontro com a chancela da FIFA: «Com dez graus negativos é possível jogar»
Deserto polar. 14 milhões de quilómetros brancos, riquíssima diversidade biológica, o mais inóspito dos continentes terrestres. Antártida, a última barreira a separar o futebol da plena globalização.
África, Ásia, América (Norte, Central e do Sul), Europa e Oceânia, todos tocados pelo jogo que mais amamos. Resta o pólo sul do planeta Terra. 2015 é o ano da derradeira odisseia. Ao leme da tripulação, o truculento capitão Lutz Pfannenstiel.
O antigo guarda-redes, já entrevistado pelo Maisfutebol em 2009 (pode ler AQUI a sua inacreditável história de vida) propõe-se, através do projeto Global United FC, a organizar o primeiro jogo oficial de sempre no continente gelado.
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Ecologista convicto, defensor acérrimo da fauna e flora, apaixonado pela vida animal, Lutz pretende captar a atenção mediática para os seus ideais através desta ideia. Arrojada, inaudita, mas responsável, garante ao nosso jornal.
«Quando sairmos do local queremos deixar tudo conforme estava antes», garante Lutz Pfannenstiel, o mentor de tudo.
Se tudo correr pelo melhor, até ao final de 2015 o futebol a sério tocará, enfim, a Antártida. «O sítio está escolhido. O jogo realizar-se-á no aeródromo da Ilha do Rei George. Vamos remover toda a neve, montar balizas, marcações, uma pequena bancada e no final, em 60 minutos, tudo ficará limpo».
«Não quero destruir um habitat tão sensível. Estamos a colaborar com um grupo de cientistas e várias organizações de defesa ambiental. Até agora, o local mais conveniente encontrado é este».
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Loucura? Lutz Pfannenstiel está habituado à questão. Afinal, já viveu num iglu durante uma semana, teve um pinguim em casa e adotou um macaco, sempre para poder falar publicamente sobre questões ambientais.
E, agora, a missão-Antártida. Cerca de 98 por cento do território está coberto por neve durante os 12 meses do ano. Não existe uma população permanente, a não ser em duas estações científicas: Villa las Estrellas e Base Esperanza.
Foi na Antártida, de resto, que se verificou o recorde de temperatura negativa na Terra: - 89,2 graus centígrados! Lutz prevê condições menos duras para a realização do almejado jogo de futebol e até nomes consagrados do desporto-rei estarão presentes.
«Estamos a estudar a melhor altura do ano, mas poderemos jogar com dez graus negativos. Em muitos campeonatos isso acontece. A humanidade vai olhar para nós e perceber que não pode continuar a tratar tão mal da Terra».
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Nas várias estações de exploração científica espalhadas pela Antártida o futebol não é um desejo estranho. Por isso é fácil encontrar imagens de jogos improvisados na neve, sempre de forma completamente amadora, entre amigos. Todas as fotos deste artigo dizem respeito a esses duelos na neve.
Cientistas, membros de embarcações visitantes, simples funcionários, todos, sempre que a temperatura se torna menos severa, se aventuram numa reconfortante futebolada.
No entanto, só agora, e com o reconhecimento da FIFA, o continente branco receberá um jogo de futebol. Bendita loucura, a do conquistador Lutz Pfannenstiel.