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Robocop de volta: Fernando Aguiar vai jogar nos distritais

Aos 41 anos, aceitou o desafio do Pedrouços Atlético Clube

Fernando Aguiar está de volta. Aos 41 anos, o antigo médio do Benfica aceitou o desafio, interrompeu a reforma e vai vestir a camisola do Pedrouços Atlético Clube. O Robocop, alcunha que nunca rejeitou, prepara-se para jogar nos campeonatos distritais.

A estreia está marcada para 1 de dezembro, na visita ao Citânia de Sanfins. A nova equipa de Fernando Aguiar disputa a Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto

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Há dez anos, o médio representava o Benfica, entre as provas nacionais e as competições europeias. A 25 de janeiro de 2004, aliás, saltou do banco a par de Miki Féher para garantir o triunfo frente ao V. Guimarães. Marcou o golo ao minuto 90 (0-1), o seu colega caiu pouco depois. Uma triste memória.

Agora, surge uma nova realidade. O primeiro jogo pelo Pedrouços AC, ao que tudo indica, será num pelado. O médio, que encerrou a carreira profissional em 2009, vai cumprir um objetivo.

«O Pedrouços tem relvado mas em Citânia de Sanfins é pelado, sim. Lá terá de ser. As pessoas podem pensar: 'este gajo é um bocado esquisito'. Mas a verdade é que quis jogar em todos os escalões, estive nas divisões de topo e agora quero experimentar os distritais», explica, em conversa com o Maisfutebol.

Um convite numa ida ao talho

Fernando Aguiar é assim. Um exemplo de humildade. «Down to earth, como se diz no Canadá». Terra a terra.

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«Estava a jogar nas Velhas Guardas do FC Maia mas senti o desejo de voltar ao futebol sénior. Certo dia, estava no talho, encontrei um dirigente do Maia e este perguntou-me se queria treinar com a equipa principal. Estive lá cerca de um mês, fiz jogos-treino e senti-me bem», relata.

O FC Maia não se pronunciou e o Pedrouços Atlético Clube antecipou-se. «Moro perto do estádio do Maia e até seria interessante ficar lá, mas não chegámos a falar. Fui convidado pelo Pedrouços, que também é perto, e aceitei o desafio. A inscrição ficará regularizada a 25 de novembro e estou ansioso pela hora de voltar a jogar.»

O joelho preocupa Fernando Aguiar mas as saudades apertavam. «Deixei de jogar em 2009, no Gondomar, por causa do joelho. Na altura custou-me bastante, achava que era forte, que nada me derrubava. Tinha 37 anos mas sentia-me com forças para continuar. Tive de parar e agora espero voltar a um nível interessante.»

Antigo internacional canadiano e com um currículo invejável, o médio foi recebido com entusiasmo no balneário do Pedrouços. «Já no Maia acontecia a mesma coisa, os miúdos ficavam contentes por jogar comigo, por ter ali uma referência. Está a acontecer o mesmo mas também por causa da minha personalidade, por ser uma pessoa humilde, sem manias.»

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O desalento e o regresso do Robocop

Para trás ficam anos difíceis, sobretudo após o final da carreira profissional. «Nos dois primeiros anos após parar de jogar fui-me abaixo. Andava desanimado, ficava por casa. Depois comecei a mudar, a ir ao ginásio, a ganhar de novo força para encarar o futuro.»

«Olhava para o espelho e não via ali um possível treinador. Agora já penso que forma diferente. Há jogadores que fazem logo essa transição, passam de imediato a treinadores, mas isso também obriga a trabalhar nos bastidores, a dar-se bem com as pessoas certas. Eu não sou assim.»

Fernando Aguiar ficou a morar no norte de Portugal. «Tinha alguns investimentos no Canadá e, para além disso, eu e a minha mulher temos um cabeleireiro na Maia. Mas quem manda naquilo é a minha mulher, ela não me deixar tocar no cabelo das clientes. Se fossem homens, safava-me, mas 90 por cento da clientela são mulheres.»

O médio continua a ser apelidado de Robocop. Não se importa, acha piada à comparação. «Acho que é uma alcunha agradável. É melhor que outros, alguns eram conhecidos como Bicho ou nomes assim. Fiquei a gostar, sim».

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Teremos então um novo filme da saga, desta vez nos campeonatos distritais. «Vou tentar ser o jogador que sempre fui. Sei que terei adversários e árbitros que vão gostar de me encontrar, e também terei outros que me vão chatear, tentar gozar comigo. Mas já não tenho idade para responder a provocações», salienta.

O luso-canadiano, por estes dias, só se chateia com uma coisa: o estado do país. «Sinceramente, é algo que lamento profundamente, sim. Fui criado no Canadá, não digo que lá não haja corrupção, mas a justiça age. Aqui, demora anos, nunca se decide nada, é lamentável. Até os políticos deviam ser julgados. Se têm de gerir o país e tomar decisões, devem responsabilizar-se. Há decisões tomadas que são sinal de incompetência ou, simplesmente, de indiferença em relação ao futuro de Portugal», remata Fernando Aguiar, ao Maisfutebol.

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