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Saná  |  

O pesadelo de um vice-campeão do mundo por Portugal

Saná formou-se no Benfica e depois do Mundial de sub-20 assinou pelo Valladolid: um contrato que quase lhe arruinou a carreira, até que surgiu a Académica

Saná. O nome diz-lhe qualquer coisa? Talvez comece a ter algumas luzes, se recuar até ao Verão de 2011, quando Portugal caiu apenas aos pés do Brasil na final no Mundial de sub-20. Lassana Camará jogou precisamente esse encontro decisivo, despertou, à semelhança de muitos outros dessa geração, a cobiça de vários clubes.

Decidiu-se pelo Valladolid, na altura na II Liga espanhola, depois de terminar contrato com o Benfica onde se formara, já depois de ter atuado por empréstimo no Servette na última época. Era um mundo novo que se abria para o jovem, num clube que apostava no regresso ao escalão principal, e onde esperava ser feliz. Mas correu tudo mal.

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«Foi muito duro aquilo por que passei. Resolvi falar porque ficar calado seria pior para mim. Tinha de falar para encontrar apoio e foi ai que apareceu o Sindicato de Jogadores e o meu atual empresário [Nélson Almeida], que mesmo sabendo dos problemas todos quis ajudar-me ao contrário dos que me levaram para Espanha, que ficaram de braços cruzados», conta ao Maisfutebol.

Primeiro foram os ordenados em atraso, seguindo-se muita chantagem psicológica. «Alegavam que eu não jogava porque ia à seleção. Depois, pedi para ser emprestado a outro clube e responderam-me que se me queria afirmar, tinha de ser no Valladolid. Deram-me um documento, para assinar por uns agentes, senão não poderia sair a bem», prossegue.

«Eu não assinei nada, não sei o que aconteceu, mas o clube deve ter feito alguma coisa. Rescindi e vim para a Académica. Fomos a Espanha para resolver as coisas, mas, no dia do fecho do mercado, em vez de mandarem o certificado internacional, o presidente manda-me uma declaração a admitir que fiquei com dois milhões de euros e tinha de pagá-los à razão de 2500 euros/mês para me libertarem», acusa. 

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Foi então que a indignação, mais do que nunca, tomou conta do jovem médio: «Como é possível fazer uma coisa destas? Como é que eu me apoderei de dois milhões. Nunca recebi esse dinheiro e ainda por cima tenho salários em atraso até hoje, porque o contrato foi de três anos e nunca mais me pagaram desde que saí de lá.»

Saná confessa que chegou a ponderar aceitar a proposta dos espanhóis, de modo a poder voltar a jogar, mas o empresário desaconselhou-o de todo. A solução foi jogar no Brasil, no Botafogo da Bahia, para se manter em competição até terminar, por fim, o contrato com o Valladolid.

«Graças a Deus que acabou. Não vejo a hora de começar a jogar e cuidar de mim e da minha família. Estou muito feliz e aliviado por poder voltar a fazer aquilo de que mais gosto. Foram quase duas épocas sem jogar. Ainda hoje não sei o que aconteceu, o que foi que eu fiz», desabafa, procurando colocar um ponto final em toda esta história:

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«Só quero esquecer tudo o que se passou, seguir em frente, não quero pensar mais nisso. Temos o julgamento a decorrer em Valladolid, que já foi adiado duas vezes, mas acredito que o meu agente tenha tudo controlado.»

Podia estar agora na Guiné e ter deixado o futebol

No meio do sofrimento, houve quem lhe tenha dado a mão. «O Sindicato, claro, e a Académica, que me recebeu, mas especialmente o Nélson. Nem sei como lhe agradecer. Não fosse ele e, neste momento, poderia estar na Guiné e ter deixado o futebol», assegurou.

O futuro do internacional jovem de 22 anos passa agora pela Briosa, com quem já tinha assinado por três épocas. O embróglio jurídico é que não lhe permitiu cumprí-lo, pelo que agora terá de ser assinado um novo vínculo. «Penso que irei fazer um novo contrato quando voltar, dia 6 de Julho, para começar a trabalhar no dia seguinte», revela.

«Estive com o plantel durante os últimos três dias de treino, porque o treinador não me conhecia bem. No primeiro, acusei um pouco a falta de ritmo, como é normal, mas no segundo, no jogo-treino com o Anadia, penso que estive bem. No final, o Sérgio deu-me os parabéns. Acredito no meu valor e vou trabalhar para prosseguir a minha carreira e poder compensar aqueles que sempre estiveram do meu lado», finalizou. 

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