Silas: ainda marca aos 37 anos e promete não parar
A longevidade do médio que foi treinado por Mourinho e Jesus
PUB
Chipre, «quase como estar em casa»
Silas chegou ao Chipre na temporada 2010/2011 para jogar no AEL. Na cidade de Limassol esteve duas temporadas e conquistou o campeonato cipriota, o único título da carreira. Passou pelo AEP e cumpre a segunda época no Ethnikos Achnas.
O clube luta pela manutenção, conta o jogador português, confiante na obtenção do objetivo: «Aqui, qualquer equipa pode ganhar a qualquer equipa». O cenário não se adivinha fácil, ainda assim. O Ethnikos ocupa a 12ª posição e soma apenas quatro pontos.
Silas garante que viver no Chipre não é muito diferente de viver em Portugal, até porque os dois países têm muitas semelhanças. «O clima é parecido, um pouco mais quente, mas parecido. A comida também é muito parecida. A única coisa mais diferente é a mentalidade. Mas não há nada de extremismos, nem nada de muito radical.»
PUB
No campeonato cipriota jogam vários portugueses e por isso Silas considera que estar no Chipre «é um bocado como estar em casa». Com jogadores como Orlando Sá, Henrique e Ricardo Fernandes, os portugueses formam «uma pequena comunidade, o que facilita muito a integração».
«Sinto que estar aqui ou estar em Portugal não é muito diferente», confidencia.
Jesus e Mourinho, os treinadores exigentes
Na época 2001/2002, o médio jogava na União de Leiria e recebia as orientação de José Mourinho. O técnico viria a rumar ao F.C. Porto. «Nunca se pode colocar em causa a qualidade do Mourinho. É um treinador que sabe muito, muito inteligente e perspicaz. É muito exigente e pressiona os jogadores», caracteriza Silas.
Em Leiria, Mourinho já «exigia muitos jogadores», tentando «impedir que estes cometessem erros». O atleta revela que esta exigência «por vezes pode originar conflitos», porque «nem sempre os jogadores estão dispostos a acatar as decisões do treinador».
PUB
«É possível trabalhar bem com jovens portugueses»
Apesar dos mais de 4600 quilómetros que separam Portugal e Chipre, Silas continua a acompanhar o campeonato português. Para o médio, a qualidade do campeonato nacional «é mais baixa», o que em nada está relacionado com a crise e a falta de investimento em jogadores estrangeiros.
«É possível trabalhar bem com jovens portugueses. Basta ver os casos de Guimarães, Estoril, Gil Vicente e até mesmo o Sporting», explica. O facto de as equipas portuguesas jogarem apenas «para não perder» e não se preocuparem com o «espetáculo» é a razão apontada por Silas para uma diminuição da qualidade do campeonato português.
PUB
«Há pouca paciência por parte dos clubes e isso reflete-se no desempenho das equipas. Esquecem-se é que para chamar público é preciso investir no espetáculo e não pensar apenas nos resultados», afirmou o médio.