Sokota: «Em 98, Doriva deu cabo de nós»
Memórias do último embate do F.C. Porto com o Dínamo (ou Croácia?) Zagreb na Liga dos Campeões
Em 1998 o Dínamo Zagreb era um clube diferente. Até no nome. A independência da Croácia ainda estava bem fresca na memória de todos e o clube procurava estabilizar-se. Fundado em 1945, com a designação atual, o Dínamo foi mudando de nome na década de 90. Foi HASK-Gradanski, em 1991, e, dois anos mais tarde, adotou a designação de Croácia Zagreb. Foi nesse período que Tomo Sokota começou a jogar com a camisola do seu clube de sempre. E foi também aí que houve o reencontro com o F.C. Porto, que já tinha sido adversário na Taça das Taças de 1984, quando os dragões chegaram à final de Basileia. O Dínamo, como se disse, era diferente e não só no nome. Formado com prata da casa quase exclusivamente e com alguns nomes que viriam a dar que falar. Sokota enumera-os ao Maisfutebol: «Tínhamos uma grande equipa. O Simic, que jogou no Milan, o Marc Viduka, o Silvio Maric que depois jogou também no F.C. Porto.» «Dínamo não tem hipóteses»Eram tempos diferentes. «As equipas vinham a Zagreb e tremiam. Agora vêm buscar pontos», lamenta Sokota. O F.C. Porto tremeu naquela altura. Foi derrotado por 3-1 e hipotecou, praticamente, a possibilidade de seguir em frente, numa altura em que só o vencedor do grupo tinha passagem garantida. Fernando Santos surpreendeu ao deixar Jardel no banco e quando o lançou, ainda na primeira parte, já foi tarde. Mikic, uma promessa nunca confirmada, substituiu Sokota nesse jogo e marcou logo a abrir. Rukavina aumentou a contagem, com sorte à mistura. Jardel reduziu, mas na segunda parte chegou o golpe final. «Benfica está a tentar imitar o modelo do F.C. Porto»«Eu só joguei nas Antas e aí o jogo foi muito diferente. Entramos com esperança, mas o Doriva marcou dois golaços de livre [ndr. Na verdade foi apenas um] e deu cabo de nós. E se com aquela equipa não conseguimos passar, esta também não vai conseguir», antevê. Sobre a equipa atual do Dínamo, Sokota lança um holofote sobre o brasileiro Sammir. «É o melhor jogador com quem joguei», diz, sem hesitar. «Joguei com grandes jogadores mas nunca vi nenhum como ele. O problema é que causa muitos problemas. Cria problemas com a polícia, não poupa nas saídas à noite. Todos os anos se diz que vai sair e depois nunca sai porque os clubes não vão investir num jogador que cria tantos problemas. E olhe que ele pode jogar em qualquer clube do mundo», garante. F.C. Porto-Croácia Zagreb, 3-0F.C. Porto: Kralj, Secretário, Jorge Costa, Aloísio, Fernando Mendes, Paulinho Santos, Doriva, Zahovic (Chippo, 90), Capucho (Rui Barros), Jardel e Drulovic (Artur, 64). Croácia Zagreb: Ladic, Rukavina, Mario Tokic, Dario Simic, Juric, Krznar, Jurcic, Silvio Maric (Marc Viduka, 58), Daniel Saric (Sabic, 46), Jelicic (Mujcin, 46) e Sokota. Golos: Doriva, 33; Zahovic, 43 e 76 O golo de Doriva:
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