Candidatos à Liga Europa? Claro, porque não?

Confirmadíssimo: Benfica (6ª equipa no ranking da UEFA, primeira de entre as que estão em prova na Liga Europa) e FC Porto (10ª, e 3ª, respetivamente) voltam a estar juntos nos quartos de final da Liga Europa, como já tinha acontecido em 2011, então com o Sp.Braga como companhia. O sorteio desta sexta-feira, em Nyon (meio-dia em Portugal) conta com dois representantes portugueses que, depois de terem afastado nomes sonantes como Tottenham e Nápoles, podem entrar no lote dos principais candidatos à conquista do troféu, talvez apenas um passo atrás de uma Juventus renascida (19ª do ranking) que ainda por cima acolhe a final.

Crónica do Benfica-Tottenham, 2-2

As restantes equipas apuradas ( Basileia, Sevilha, Lyon, Valencia e AZ Alkmaar) merecem respeito, mas não mais do que isso: em condições normais, são acessíveis aos dois portugueses. Nos jogos desta quinta-feira, a maior proeza acabou por ser conseguida pelo Basileia (que há um ano chegou às meias-finais e ocupa o 21º lugar) que, com um homem a menos, conseguiu dar a volta ao jogo e à eliminatória com o Salzburgo, impondo aos austríacos a primeira (e única) derrota na prova.

Com resultados confortáveis trazidos da primeira mão, o Valência (9º do ranking, 2ª na Liga Europa), com João Pereira, e o Lyon (12º), com Anthony e Miguel Lopes, geriram eliminatórias acessíveis, enquanto o AZ Alkmaar (35º), do veterano Dick Advocaat, segurou a margem curta do primeiro jogo, deixando pelo caminho um Anzhi cada vez mais distante dos sonhos de novo-rico.

Por fim, referência para o segundo ato no dérbi de Sevilha, que viu o Bétis confirmar, ainda mais, uma das temporada mais negras do seu historial. Depois de ter a descida de divisão praticamente selada na Liga, só faltava mesmo, desperdiçar, perante os seus adeptos, a vantagem de 2-0 do primeiro jogo – e acabar eliminado nos penáltis, para delírio do Sevilha (29º), dos portugueses Beto e Diogo Figueiras.

Convém lembrar, entretanto, que o sorteio não é condicionado e até pode determinar um embate entre portugueses, o que, nesta fase, seria francamente indesejável. Até porque o risco de indigestão é grande: com as meias-finais da Taça, da Taça da Liga e a 30ª jornada no Dragão, seriam seis embates entre Benfica e FC Porto em menos de dois meses!

Benfica lidera contributo para o ranking

Após uma quinta-feira que permitiu a Portugal aproximar-se um pouco do quarto lugar no ranking da UEFA, ocupado pela Itália, o Benfica continua a ser a equipa portuguesa com maior contributo nos últimos cinco anos. Os encarnados estão à frente do FC Porto, depois de as duas equipas terem superado os oitavos de final exatamente com o mesmo desempenho (uma vitória e um empate cada).

Na época em curso, o Benfica já somou 19 pontos (que valem 3,167 no ranking, visto que são a dividir por seis), contra 14 do FC Porto (2,333). Já fora de cena, Estoril, V. Guimarães, P. Ferreira e Sp. Braga são as outras equipas que contribuíram para o total de 7,916 que se regista depois dos jogos desta quinta-feira.

No conjunto dos cinco anos, o contributo do Benfica corresponde agora a 31,9% do total, contra 27,4% do FC Porto. Sporting e Sp. Braga vêm bastante mais atrás, seguindo-se mais seis equipas que em conjunto valem pouco mais de 10 por cento do total.

A liderança do Benfica verificou-se no final da época passada, com a vitória sobre o Fenerbahçe que valeu a ida à final da Liga Europa. Foi a primeira vez, no século XXI, que o desempenho dos encarnados no conjunto de cinco épocas (critério usado pela UEFA para definir o ranking) superou o do FC Porto. Na altura, a diferença era tangencial (16,495 contra 16,451 dos dragões) mas acentuou-se de forma significativa na temporada em curso.

Outro dado relevante é o facto de a fatia de Benfica e FC Porto ter um peso maior (59,3%) do que em temporadas recentes, por força dos eclipses de Sp. Braga e Sporting, nas últimas duas épocas. Um dado que deverá ainda sair reforçado na época em curso, já que só estes dois clubes podem continuar a pontuar.

Contributo nos últimos cinco anos:

2013/14*Total: 47,5 pontos a dividir por seis equipas (7.916)

Benfica=19 (3,167) FC Porto=14 (2,333) Estoril=6,5 (1,083) V. Guimarães=4 (0,667) Paços de Ferreira=3 (0,500) Sp. Braga=1 (0,167)

*Em atualização

2012/13 Total: 70,5 pontos a dividir por seis equipas (11.750)

Benfica=26 (4,333) F.C. Porto=20 (3,333) Marítimo=8 (1,333) Sp. Braga=7 (1,167) Sporting=5,5 (0,917) Académica=4 (0,667)

2011/12 Total: 71 pontos a dividir por seis equipas (11.833)

Benfica=24 (4,000) Sporting=21,5 (3,583) Sp. Braga=11 (1,833) F.C. Porto=10 (1,666) Nacional=3 (0,500) V. Guimarães=1,5 (0,250)

2010/11 Total: 94 pontos a dividir por 5 equipas (18.800)

F.C. Porto=30 (6,000) Sp. Braga=25 (5,000) Benfica=22 (4,400) Sporting=13 (2,600) Marítimo=4 (0,800)

2009/10 Total: 60 pontos a dividir por 6 equipas (10.000)

Benfica=20 (3,333) F.C. Porto=19 (3,167) Sporting=14 (2,333) Nacional=5,5 (0,916) P. Ferreira=1,5 (0,250) Sp. Braga=0 (0)

Sistema de cálculo da UEFA:São consideradas as últimas cinco temporadas. Para cada uma, considera-se o total de pontos conseguidos pelas equipas (2 por vitória, 1 por empate, metade destes valores nas pré-eliminatórias), dividido pelo total de equipas desse país que participam nas competições europeias do ano em causa.

A isto há que acrescentar cinco pontos de bónus por cada presença nos oitavos-de-final da Champions e, depois, nas duas provas, um ponto pelos quartos-de-final, meias-finais e outro ainda pela chegada à final. O acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões rende quatro pontos de bónus.

O ranking actual determina a distribuição das equipas nas provas europeias em 2015/16. Em 2014/15, Portugal tem seis presenças: duas diretas na Liga dos Campeões, uma no play-off da Champions e três na Liga Europa.

Sorteio da Champions: quem consegue arranjar um jogo desinteressante?

No dia de todos os sorteios, a Europa do futebol começa por virar atenções para a Liga dos milionários, perdão, para a dos Campeões. Em Nyon, a partir das 11 horas portuguesas, duas equipas alemãs ( Bayern e Dortmund, finalistas da última edição), duas inglesas ( Chelsea e Man. United), três espanholas ( Real Madrid, Barcelona e At. Madrid) e uma francesa (o PSG) vão conhecer os seus adversários.

José Mourinho (Chelsea), Pepe, Fábio Coentrão e Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Nani (Man. United) e Tiago (At. Madrid) são os representantes lusos nesta fase da prova, que tem o campeão Bayern como principal favorito. Mourinho, Nani e Ronaldo já venceram o troféu, os restantes lutam por uma estreia. E não vale a pena tentar, nós já simulámos por si e não conseguimos encontrar combinações desinteressantes neste lote, que junta seis ex-campeões da era Champions (At.Madrid e PSG são as únicas exceções), e quatro dos últimos cinco vencedores do troféu (só o Inter falta à chamada).

Pela primeira vez não há intrusos fora das cinco Ligas mais fortes da Europa e, também pela primeira vez, todos vencedores da fase de grupos passaram em bloco a primeira ronda a eliminar. Dito de outra forma, esta Liga dos Campeões é puro «filet mignon», sem espaço para candidaturas-surpresa – mesmo At. Madrid e Dortmund, os dois «outsiders» nesta corrida, pelo menos no que se refere a orçamentos, têm direito a sonhar com a final de Lisboa. E, recorde-se, também não há condicionalismos neste sorteio, pelo que, em teoria, até poderíamos ter três embates entre equipas do mesmo país.