Já fez LIKE no MaisFutebol?
Benfica  |  

Sp. Braga-Benfica, 1-1 (crónica)

O sobrevivente da Luz aguentou o impacto do espadachim do Minho. Mas não mostrou frescura nem ambição. Jesus estava enganado

Noite de sombras, espadachins e sobreviventes no Minho. Jogo frenético, intenso, dividido num empate desconsolador para uns e sofredor para outros. Mais Sp. Braga do que Benfica, principalmente na segunda parte, apesar do resultado agradar certamente mais ao visitante da Luz. O ponto erguido em dificuldade mantém-no ombro a ombro com o F.C. Porto. É a melhor notícia da noite para as águias.

A imagem mais forte, a que emerge na análise do jogo, é outra: este Benfica já esteve melhor noutros períodos da época. O atestado de incompetência passado por Jorge Jesus aos supostos ignorantes, aliás, chegou sem aviso de recepção e tem de ser devolvido à procedência. O Benfica «fresquinho» anunciado pelo treinador não esteve na pedreira. Longe, muito longe disso.

PUB

Os destaques do jogo

O que se viu foi um Benfica perro, amorfo, parco em ideias e confortável no zero a zero. Como se estivesse na poltrona com a mantinha nas pernas. A plácida noite outonal levantou ainda mais dúvidas, em consonância com tudo o que se vira nos três jogos anteriores: Beira-Mar, Olhanense e Basileia.

O empate num estádio dificílimo reduz espaço à crítica, é verdade, mas não é de todo despropositado insistir na ideia: há jogadores em queda, há um défice de dinâmica e intensidade neste Benfica.

FICHA DE JOGO E NOTAS

Sombras. Três apagões a meio da primeira parte. A iluminação do estádio cedeu, impôs uma paragem de meia-hora no total e retirou andamento à partida. Da bruma surgiu um Braga em corpo de guerreiro e alma de poeta. Errol Flynn de capa e espada. Beleza máscula e agilidade corporal, charme e espírito de aventura.

PUB

Espadachins. Incisivo, diletante, o Braga chegou à vantagem numa grande penalidade cometida por Emerson, antes do descanso. Lima marcou, desenhou um Z no tronco do adversário, o Braga tornou-se Zorro e o Benfica um amontoado de soldados às ordens do Sargento Garcia. Desordenados, de olhar vago e ar desengonçado.

O decorrer dos minutos acentuava a impressão. Muito forte o Sp. Braga, com Hugo Viana a pautar toda a partida e o misterioso Ewerton a impor a sua qualidade no eixo da defesa. Cardozo em dificuldades, a olhar de soslaio para o central do Sp. Braga. Passado desconhecido, ar de artista, confiante e descontraído. The Great Gatsby reeditado, uma personagem a descobrir. Ewerton.

Recorde o AO MINUTO

Sobreviventes. Jesus terá visto o mesmo do que nós. Insatisfeito, mexeu e mexeu bem. Rodrigo entrou, provou que devia ter sido titular, agitou o jogo, o mundo encarnado. O empate, de resto, sai do seu pé esquerdo. Após cruzamento de Maxi na direita e antes de Douglão se meter no caminho da bola. Talvez autogolo. Faltavam 18 minutos para o fim.

PUB

Curiosamente, foi só a partir daqui que o Benfica pareceu ter condições para discutir o jogo. Nolito e Bruno César, últimas cartadas, levaram o que Witsel, Rúben Amorim e Aimar raramente conseguiram: irreverência, objectividade. Tarde de mais.

Nota para a permanência de Nuno Gomes no banco ao longo de todo o jogo e para a equipa de arbitragem. Pedro Proença terá decidido bem no penálti cometido por Emerson. A bola bate no braço esquerdo e o cruzamento de Leandro Salino não é à queima roupa. O lateral foi imprudente.

Em resumo, o empate é lisonjeiro para a equipa da Luz. A equipa foi mais sobrevivente do que aventureira, mais resistente do que impulsiva. Não foi, isso não, uma equipa fresca. Nem de ideias, nem de pernas.

VÍDEO MAIS VISTO

Veja Mais

Últimas Notícias

APP MAISFUTEBOL

O MAISFUTEBOL na palma da sua mão!

Não falhe um golo, uma transferência ou uma notícia com a nossa aplicação GRATUITA para smartphone!