TL: P. Ferreira-Desp. Aves, 0-0 (crónica)
Os golos fugiram com os adeptos
Não houve adeptos, não houve golos. O que sobrou do Paços-Aves, equipas do grupo de Benfica e Rio Ave na Taça da Liga? A certeza de que a diferença entre uma candidata à subida na II Liga e uma que luta pela manutenção na I Liga não existe. Paços e Aves, iguais praticamente em tudo. Até ao intervalo, por exemplo, o futebol defendido pelo experiente Vitor Oliveira ditou regras. Muito por culpa do extraordinário Luiz Carlos, um médio que andou a ganhar dinheiro e a perder demasiado tempo na Arábia e na Turquia. Continua, aos 33 anos, a jogar muito futebol. Luiz Carlos agarrou o meio-campo e teve em Mohamed Diaby, irmão de Abou Diaby (ex-Arsenal), um ajudante de excelência. Atenção a este médio de 22 anos, muito alto e de pernas fininhas. Tem de ganhar músculo, mas futebol já tem. FICHA DE JOGO E A PARTIDA AO MINUTO Posto isto, é justo sublinhar a qualidade da circulação pacense, a complicar muito o trabalho de organização defensiva do Aves. Faltou, quiçá, a habitual qualidade de Pedrinho. Decidiu muitas vezes mal, a jogar entre linhas. O Aves, curiosamente, teve duas excelentes oportunidades, mesmo a jogar pouco. E seriam dois golos fantásticos. Nildo arriscou um chapéu do meio da rua, Diego Galo deixou a barra de Carlos Henriques a abanar. REPORTAGEM EM PAÇOS: «Não há bancada? Vamos para o bar» No segundo tempo, tudo muito equilibrado. Mohamed Diaby cresceu com o passar dos minutos, manteve o Paços muito competitivo, mas o Aves passou a ter mais espaço nas linhas e a assustar aqui e ali a baliza pacense. Tivemos um remate de Nildo, um de Mama Baldé e pouco mais, até Ruben Oliveira arrancar um remate potente à barra de Carlos - o segundo no jogo. O Paços, mais conservador, foi aparecendo nos esticões de Fatai na direita - que falhanço teve aos 84 minutos! Pouco, porém. O nulo acaba por deixar as duas equipas em situação ingrata nesta Taça da Liga. Faltou mais qualquer coisa ao Paços e ao Aves. Talvez um grito das bancadas, talvez uma atmosfera de maior entusiasmo. Sem alma, não há coração que bata da mesma forma.
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