Angrense recebe FC Porto no sábado: «No futebol há surpresas»
Maioria dos jogadores da equipa da ilha da Terceira são amadores. Diferença de estatutos não assusta. «Não é por acaso que ocupamos o primeiro lugar», avisa treinador
A escassos dias da receção a FC Porto, os jogadores do Angrense acreditam que podem surpreender os dragões no próximo sábado.
O treinador da equipa açoriana é o cicerone da motivação dos insulares. «Após o sorteio, claro, notou-se uma grande ansiedade e não há dia em que a gente não aborde o jogo com o FC Porto, mas acho que há uma motivação extra e o grupo tem sabido, no nosso campeonato, manter o foco nos nossos jogos. Não é por acaso que ocupamos o primeiro lugar», disse Roldão Duarte em declarações à agência Lusa.
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«Sabemos que vamos defrontar uma estrutura de nível europeu, com muitos jogadores internacionais, com uma estrutura toda profissionalizada, ao contrário da nossa, que é completamente amadora, mas nós vamos querer participar na festa, mas de forma ativa, não vamos ser passivos», acrescentou Rolão Duarte..
Gonçalo Valadão, 34 anos, é jogador mais velho do Angrense, onde joga desde os dez. Também ele alinha pelo mesmo diapasão do treinador: crença.
«Sabemos que vai ser uma luta de David contra Golias. O FC Porto é uma equipa de dimensão europeia, nós somos de dimensão amadora, mas no futebol há surpresas. Como se costuma dizer, são 11 contra 11, a bola é redonda e nós vamos fazer de tudo para dificultar ao máximo a tarefa do Porto», adiantou.
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Dos 25 jogadores do Angrense, só três se dedicam a tempo inteiro ao futebol. À exceção de um, são todos naturais da ilha Terceira e mais de metade foram formados no clube.
A maioria dos atletas chega ao treino depois de oito horas de trabalho e de 15 em 15 dias os jogos obrigam a uma deslocação ao continente português. O jogo com o FC Porto pode, por isso, ser uma oportunidade única para dar o salto.
Cristiano Magina, melhor marcador da Série E do campeonato do terceiro escalão português, com sete golos em 10 jogos, não resistiu ao cansaço e abdicou do emprego para se dedicar a tempo inteiro ao futebol. Já com 28 anos, sabe que o fim da carreira se aproxima, mas ainda acredita que poderá jogar noutras competições e admite que o jogo com o FC Porto lhe poderá dar maior visibilidade. «Acho que qualquer atleta ambiciona sempre chegar a patamares mais elevados. Sei que estou já numa idade avançada, mas vou trabalhar com esse objetivo de conseguir mais qualquer coisa», salientou.
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