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Um ano depois, em Silves sopram novos ventos (I)

Clube tenta reerguer-se depois de um tornado o ter devastado.

16 de novembro de 2012. «Trabalhava aqui ao lado, nas piscinas, e foi com grande mágoa que vi as nossas instalações destruídas», recorda um ano depois, Tiago Leal, professor de educação física que lidera a direção e a reconstrução do Silves Futebol Clube, histórico clube algarvio, depois de um severo tornado ter devastado as infra-estruturas do clube.

«Era diretor do departamento socio-cultural do município de Silves, e por sorte tinha ido almoçar a casa, e acabei por não presenciar o tornado. Depois fiz parte da equipa do município, que juntamente com voluntários, começou a reparar os estragos na cidade. Estava longe de acreditar que tal pudesse acontecer em Silves», continua Tiago Leal, a rebobinar a memória, quando faz hoje um ano em que aconteceu o destrutivo temporal.

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Tiago Leal tem uma vida dedicada ao Silves FC, que serviu desde os infantis aos seniores, entrando depois na sua causa diretiva. Depois de dois anos em que o clube foi gerido por uma Comissão Administrativa, em maio deste ano, rodeou-se de pessoas da sua «geração», e olhou para a reconstrução do clube.

«Na altura, a minha reação foi semelhante ao do resto da cidade. Passados uns meses, e depois de uma mudança profissional, achei que era a altura certa de construir uma equipa e recuperar as instalações, porque o Silves FC é um clube com pergaminhos no futebol do Algarve, e merece continuar vivo», sustentou.

O trabalho já começa a dar frutos, e, no passado dia 12 de outubro, o futebol voltou à cidade, com a inauguração do piso sintético do Estádio Dr. Francisco Vieira. Uma realidade possível devido a algumas ajudas. «Com os apoios da UEFA foi possível continuar a trabalhar.», agradeceu. O Sporting e a Associação de Futebol do Algarve, também foram importantes no reerguer do Silves FC.

No dia 1 de dezembro do ano passado, a formação leonina defrontou, em Faro, a seleção do Algarve, e a receita foi de 13 mil euros para o Silves FC. «A verba foi dividida entre os municípios de Silves e de Lagoa, e a parte que coube a Silves foi toda para o clube. Foi uma ajuda forte do Sporting e da família do futebol, que esteve junta nesse momento de catástrofe. Até porque, também a UEFA - após a apresentação de um relatório feito pelos dirigentes do clube - atribuiu um apoio financeiro de 175 mil euros. Corresponde a um quarto do que precisamos, porque os estragos foram avaliados em 800 mil euros», repartidos pelo estádio (relvado, muros e iluminação), pavilhão e sede social.

«Tivemos, fundamentalmente, apoios do Sporting, UEFA e de um concerto de solidariedade que realizámos. Também tivemos contribuições de alguns silvenses, e de pessoas que gostam do clube», reconhece Tiago Leal, que não condena a falta de solidariedade de outros clubes. No entanto, critica o alheamento do Estado. «Não esperava apoio dos clubes porque sabemos que o associativismo está em crise. Mas custa-me muito aceitar que o Estado português tenha fechado os olhos a uma situação destas. Porque houve estruturas de apoio às vítimas do tornado, e estamos a falar de empresas que tiveram apoios de lay-offs bonificados, e aos particulares que tiveram apoio na recuperação dos seus bens, e nós não tivemos nenhum apoio estatal. Custa-me aceitar isso, porque os clubes têm deveres para com a sociedade, e damos uma resposta a muitos miúdos da região, e merecíamos. Foi uma situação de exceção e era imperioso que o estado português tivesse tido outra atenção», acusa.

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