Sporting-V. Guimarães, 4-1 (crónica)
Virar à direita e acelerar
O Sporting manteve a velocidade de cruzeiro num jogo que virou a estibordo: tudo à direita para acelerar. Depois disso, depois de colocar velocidade no, construiu então um resultado que era para aquela altura mais favorável do que o futebol praticado. Mas vamos por partes. Antes de mais convém dizer que a formação leonina teve uma entrada em campo pertinente para um domingo à tarde: uma entrada em campo aborrecida, melancólica e deprimida. Sem rapidez, sem dinâmica e sem nervo, ia apenas deixando o tempo correr arrastado e lento. Como a maioria dos portugueses faz quando está a acabar o fim de semana.
Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores Por isso o V. Guimarães ganhou, por exemplo, três pontapés de canto nos primeiros minutos. No entanto, e da primeira vez que rematou à baliza, o Sporting fez golo: Miguel Lopes ganhou uma bola em cima da área adversária, abriu na direita em Carrillo e o peruano cruzou para João Mário cabecear ao segundo poste, numa finalização de ponta de lança que colocava a equipa na frente. Ora a descrição da jogada, praticamente desde o início até ao fim, não é só uma casualidade: serve para mostrar ao leitor como houve um facto de desequíbrio no marasmo que ameaçava ser o jogo. A ala direita do Sporting, claro. Miguel Lopes esteve endiabrado, sempre a apoiar Carrillo, mas também a procurar muitas vezes o espaço interior para arrastar com ele adversários: e com isso deixar mais espaço para peruano. Foi aliás numa dessas incursões para o espaço interior que recuperou a bola, antes do primeiro golo. Foi também numa dessas incursões pelo espaço interior que Miguel Lopes arrancou um disparo à trave, pouco depois da meia hora. Na recarga Nani rematou para grande defesa de Douglas, mas a bola sobrou outra vez para Nani que voltou a rematar com selo de golo: não fosse o braço de Josué. Grande penalidade que Adrien converteu.
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Veja os destaques do jogo: Miguel Lopes, o herói improvável Antes disso, convém dizer que Rui Vitória tirou Bruno Gaspar ao intervalo, lançando Ricardo Valente: o treinador mudou a esquerda da equipa e a ala direita do Sporting acalmou. Tal como o jogo, aliás. Só animou mesmo quando Mané foi derrubado na área, e Nani fez o quarto de penálti, quando Paulo Oliveira viu o segundo amarelo, e deixou o Sporting reduzido a dez, ou quando Kanu reduziu a desvantagem do Vitória com o golo de honra da formação minhota. No final, portanto, uma vitória leonina mais robusta do que admirável, num jogo em que valeu a direita de Carrillo e, sobretudo, Miguel Lopes a evitar ansiedades maiores. Com isto os leões somaram a terceira vitória seguida e reduziram a distância para o FC Porto para seis pontos: o segundo lugar está nesta altura mais perto do que o quarto posto.
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