V. Setúbal-Sporting, 2-2 (crónica)
Leão só teve uma ideia durante muito tempo, e isso foi-lhe fatal
O Sporting foi incapaz de vencer um jogo no qual durante muito tempo só teve uma ideia: colocar bolas na área e esperar que Slimani fizesse um milagre.
O argelino, já se sabe, ressuscita qualquer bola morta, e ao intervalo a estratégia até estava a funcionar. Slimani ganhou, por exemplo, uma bola no ar que Kieszek defendeu e Adrien transformou em golo na recarga, numa jogada mal anulada. Logo a seguir ganhou outra bola no ar que permitiu a Kieszek brilhar com o que parecia ser outra grande defesa: o árbitro considerou ter sido já dentro da baliza.
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As repetições não permitem ter certezas absolutas, num de muitos casos em que este jogo foi fértil. Na segunda parte, por exemplo, houve dois penálties mal assinalados, um para cada lado, e o Sporting ainda se queixou de mais dois penálties por assinalar.
Certo é que, lá está, o Sporting saiu para o intervalo a vencer graças àquela fé enorme no fantástico jogo de cabeça de Slimani. Mas é certo também que o resultado era enganador. O Sporting tinha sido demasiado pouco para um V. Setúbal que encheu o campo com velocidade, fúria e vontade.
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Até porque não foi apenas uma troca de homem por homem: a presença de Gerson Magrão obrigou Adrien Silva a subir no terreno, afastou-o ligeiramente da zona onde o jogo mais se discute e, aproximando-o da linha defensiva adversária, retirou-lhe também espaço para pegar na bola e organizar todo o futebol da equipa.
Ora com Gerson Magrão no lugar de Adrien, ele que não deve ter nem um terço da intensidade do português, até William se ressentiu. O meio-campo leonino raramente pegou no jogo.
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O V. Setúbal, por outro lado, sentiu-se muito confortável e encheu a primeira parte. João Mário e Pedro Tiba deram energia ao futebol sadino, Zequinha e Ricardo Horta esticaram o jogo e o Vitória rematou várias vezes com perigo.
Mesmo quando Leonardo Jardim corrigiu o erro já na segunda parte e trocou Gerson Magrão por Montero, partindo o jogo e ganhando algum ascendente territorial, o V. Setúbal continuou a criar perigo. Ricardo Horta ficou por exemplo muito perto de marcar. O V. Setúbal nunca foi uma equipa encolhida, portanto.
É claro que o Sporting era nesta altura muito mais equipa, tinha mais posse de bola e ficou perto do golo também em remates de Montero e Capel.
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As alterações de Leonardo Jardim fizeram bem à equipa e o Sporting, acossado por aquela urgência de quem vê o jogo a aproximar-se do fim, pressionava o adversário. Pressionou tanto que marcou: de penálti por falta sobre Capel. Adrien não falhou.
A vantagem durou pouco tempo: logo a seguir outro penálti permitiu ao V. Setúbal voltar a empatar e dar ao jogo um resultado mais justo.
Curiosidade: o V. Setúbal continua sem perder em casa em 2014. Sintomático.
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