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EUA: o guia

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Seleção dos EUA (AP)

O PLANO

O selecionador Gregg Berhalter descartou os veteranos que falharam no último ciclo de qualificação, nadou numa piscina de jovens talentos e implementou um estilo de pressão dinâmica que mantém o espírito e energia dos EUA, mas que é mais sofisticado e baseado na posse de bola do que no jogo direto, como em gerações anteriores.

Teoria, aqui está a realidade: Berhalter admitiu que os jogadores estavam com falta de confiança e «abaixo dos níveis normais» nos últimos dois jogos de preparação para o Mundial: uma derrota por 2-0 frente ao Japão e um empate sem golos frente à Arábia Saudita, em setembro. Pelo menos reconhece que foram jogos de aprendizagem. «As coisas tornaram-se muito claras», disse, sem elaborar.

Por norma os Estados Unidos têm dificuldades a marcar fora de casa, e parecem vulgares contra adversários fora da medíocre zona de qualificação da CONCACAF. Há abundância de extremos e médios, neste momento, mas as posições de defesa central e avançado são problemáticas, tendo em conta que algumas lesões impedem Berhalter de alinhar com o seu melhor onze.

Não é claro se os EUA são bons o suficiente para jogar melhor que equipas do nível do Mundial, e há poucas evidências que se podem ajustar sem exuberância. Tão focado na juventude e na capacidade atlética, Berhalter tem uma real falta de experiência no plantel, mas também, em parte, porque esta seleção falhou a qualificação em 2018.

Com tantos jogadores sem provas dadas – para não falar do treinador – é difícil prever se vão agigantar-se na ocasião, ficar amedrontados, ou jogar em linha com o nível do seu talento, o que significaria que um bom início, frente a Gales, podia significar a qualificação, provavelmente em segundo lugar, para depois serem eliminados pela primeira equipa de topo que apanhassem na fase seguinte.

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Gregg Berhalter (AP)

O SELECIONADOR: GREGG BERHALTER

Depois de uma busca de 14 meses pelo sucessor de Bruce Arena, Gregg Berhalter foi escolhido em dezembro de 2018, depois de passagens pelo Hammarby e Colombus Crew. Uma contratação que preocupou muitos adeptos, que queriam um treinador com outro pedigree, e muitos ainda desconfiam do seu crédito. Mas o minucioso treinador de 49 anos, natural de Nova Jérsia, ganhou 36 e só perdeu 10 dos seus 56 jogos no comando. No que diz respeito ao passado enquanto jogador, a carreira de Berhalter como defesa incluiu uma época no Crystal Palace e 44 internacionalizações. Fez dois jogos no Mundial 2002 e foi suplente não utilizado em 2006.

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Christian Pulisic fez

ESTRELA: CHRISTIAN PULISIC

Vai fletir a partir da esquerda e muita da responsabilidade vai cair nos seus ombros, especialmente porque os EUA não têm um ponta de lança de topo. Aos 24 anos, o jogador do Chelsea não é o mesmo miúdo destemido e elétrico que apareceu durante a falhada qualificação para o Mundial 2018. Na seleção costuma cair para o meio-campo, à procura da posse. É o peso das expectativas (e lesões). Até há um anúncio de automóveis sobre a pressão que lhe cai em cima, no qual descontrai na cadeira de um terapeuta e se enfia num armário para se esconder da imprensa.

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Yunus Musah (AP)

HERÓI DISCRETO: YUNUS MUSAH

Em 2021 escolheu jogar pelos EUA, em vez de Inglaterra, Itália ou Gana, e o calibre destas seleções é a prova da sua qualidade. Apareceu no Valência e é um médio enérgico que é calmo sob pressão e com a bola nos pés. Se conseguir acrescentar golos e assistências ao seu jogo, o jovem de 19 anos é uma potencial superestrela, algo que apenas pode não ser tão óbvio porque joga mais atrás para libertar Weston McKennie.

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Genéricas Maisfutebol

ONZE PROVÁVEL

4x3x3

Turner - Dest, Zimmerman, Long, Robinson - Adams, Musah, McKennie - Aaronson, Ferreira, Pulisic.

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Estádio Lusail

POSIÇÃO SOBRE O QATAR

A federação informou os jogadores dos problemas existentes no Qatar. Dado que o plantel adotou o slogan «Sê a mudança» após a morte de George Floyd, e tem opiniões firmes sobre a adoção de leis mais fortes sobre armas e justiça social – todos os jogadores usaram um casaco com uma mensagem pessoal antes de um jogo com Gales, em 2020 -, não será surpreendente se alguns jogadores falem ou façam algum gesto simbólico de apoio à comunidade LGBT+ e aos trabalhadores migrantes.

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Seleção dos EUA (AP)

HINO NACIONAL

Há aqui algo para apimentar o jogo entre EUA e Inglaterra: cantado ao tom de uma cantiga inglesa no século XVIII, que costumava acompanhar a bebida, o “Star-Spangled Banner” tornou-se no hino nacional em 1931. As letras desta hipnotizante ode à liberdade foram escritas por Francis Scott Key, advogado escravista de 35 anos, depois de uma vitória americana sobre a Marinha Real na batalha de Baltimore em 1814, pouco depois dos ingleses terem incendiado a Casa Branca.

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Clint Dempsey (AP)

LENDA DE CULTO: CLIMP DEMPSEY

Um indiscutível da seleção que é também músico, que passou pela exportação para a Europa e que, entretanto, se tornou comentador, mas que não é Alexi Lalas? Climp Dempsey, também conhecido por 'Deuce', que lançou um rap, «Don’t Tread», antes do Mundial 2006. Era bom? Mais ou menos. O artístico avançado texano que provocou pesadelos a Robert Green participou em três Mundiais, brilhou em Inglaterra com o Fulham e com o Tottenham, antes de assinar pelos Seattle Sounders em 2013, declarando: «Só quero marcar golos e ir pescar». Retirou-se em 2018, após ter igualado o recorde de 57 golos pela seleção, em 141 internacionalizações. Tal como Lalas, trabalhará durante o Mundial como comentador televisivo.

 

Textos de Tom Dart, jornalista freelancer que, entre outros, escreve para o Guardian US.

 

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