Carlos Queiroz está envolvido em polémica na Colômbia por um comentário feito quando achava que o microfone estava desligado. O selecionador foi questionado sobre Sebastián Villa, do Boca Juniors, que foi acusado de violência doméstica pela companheira e disse que o jogador está na lista de possíveis convocados porque tem qualidade para representar a seleção.
«O importante é o seu rendimento, se ele estiver em condições para o Boca, estará em condições para a Colômbia», começou por dizer o técnico português aos jornalistas.
«É um assunto que as autoridades civis, sociais e políticas colombianas terão em consideração. Eu não sou uma instituição. Há um jogador que joga na liga argentina, que é colombiano e pagam-me para eu saber se ele tem qualidades para jogar na seleção colombiana. Quando os tribunais tomarem decisões, eu irei respeitar», acrescentou.
Esta resposta gerou de imediato alguma polémica e a jornalista que questionou Carlos Queiroz escreveu no Twitter: «A seleção também é uma instituição, professor Queiroz. Há muitos anos que é uma instituição social neste país. Precisamos de protocolos e de medidas contra a violência de género. Você não vem aqui apenas para escolher desportistas.»
La Selección Colombia también es una institución, profesor Queiroz... Una empresa privada que desde muchos años es institución SOCIAL en este país. Necesitamos protocolos y medidas contra la violencia de género. Usted no solo viene a elegir deportistas
— Sarah Castro Lizarazo (@saritacas) November 9, 2020
No final da conferência, achando que os microfones estavam desligados, mas sem estarem, o diretor de comunicação da Federação Colombiana, Juan Raúl Mejía, leu a mensagem a Carlos Queiroz, que respondeu: «O que é que eu podia dizer? Não falar.»
«Eu não sou a instituição. Ela tem que falar é com as instituições. Se todos os homens que levassem uns murro das mulheres fossem para a imprensa falar, o mundo estava f...».
O áudio foi divulgado (como pode ouvir abaixo) e a polémica tornou-se ainda maior.
O selecionador deixou depois uma mensagem sobre o assunto nas redes sociais: «Perante qualquer mal-entendido resultante do áudio, parcial e privado, após a conferência de imprensa, reafirmo pública e inequivocamente, como fiz na conferência, a convicção de que qualquer julgamento e condenação mediáticos não substituem a função primordial da justiça.»
Ante cualquier malentendido que resulte del audio, parcial y privado, posterior a la rueda de prensa, reafirmo pública e inequívocamente, como lo hice en la conferencia, la convicción de que cualquier juicio y condena mediática no reemplaza la función primordial de la justicia.
— Carlos Queiroz (@Carlos_Queiroz) November 10, 2020