O Barcelona venceu o Sporting por 5-4 e garantiu o apuramento para a final da Liga dos Campeões de futsal, esta sexta-feira, na Demirchyan Arena SSC, em Yerevan, na Arménia.

Num jogo com uma primeira parte louca, houve três reviravoltas, seis golos na primeira metade e três na segunda e, por fim, o Barcelona, onde jogam os portugueses André Coelho e Erick Mendonça, a carimbar a passagem.

A final podia ser 100 por cento portuguesa, mas vai ser 100 por cento espanhola: o Barcelona junta-se ao Palma, atual detentor do título, que afastou o Benfica horas antes, na primeira meia-final. Leões e águias vão jogar o duelo do 3.º e 4.º lugares, às 14 horas de domingo, três horas antes da final.

Seis golos, duas reviravoltas e uma primeira parte de loucos

Em Yerevan assistiu-se a uma grande primeira parte entre Barcelona e Sporting. Foram seis golos, duas reviravoltas e a fase ofensiva das equipas a superiorizar-se de uma forma talvez não prevista numa meia-final da Liga dos Campeões.

O Sporting esteve a vencer por 1-0, o Barcelona deu a volta para 2-1, os leões responderam na mesma moeda virando para 3-2 e os catalães chegaram ao 3-3 registado ao intervalo.

O primeiro minuto de jogo foi de loucos para Tomás Paçó, que cometeu as duas primeiras faltas do Sporting, viu cartão amarelo depois da segunda aos 41 segundos e, aos 54 segundos, desfez o nulo com um golaço: um remate de pé direito, de primeira, na direita, após reposição lateral de Alex Merlim, que colocou uma bola aérea perfeita para a finalização espetacular de Paçó.

Porém, o Barcelona, que aos poucos foi tentando o empate, deu depois a volta com dois golos em 28 segundos. Aos 8:20m, Rafa Félix fez autogolo ao colocar de forma infeliz o pé direito na bola vinda da reposição lateral de Mamadou Touré na esquerda e Henrique Rafagnin ficou incapaz de evitar o 2-1. Aos 8:48m, Adolfo fez a reviravolta: após canto de Catela, apareceu solto nas costas de João Matos, ao segundo poste, para dar a primeira vantagem ao Barcelona.

Os cinco minutos finais da primeira parte foram ainda mais eletrizantes, com o Sporting, já no limite das cinco faltas (atingidas a 07m16s do intervalo) a cometer a sexta falta por Pany Varela à entrada para os últimos quatro minutos, mas Catela a desperdiçar o 3-1, rematando ao poste no duelo com Bernardo Paçó, que entrou para defender o livre.

Quem não desperdiçou meio minuto depois foi Zicky, que fez o 2-2 aos 16:32m, num contra-ataque após canto do Barcelona, a passe de Alex Merlim. E 50 segundos depois, Hugo Neves fez o 3-2: Zicky sofreu falta para penálti de Didac Plana (a quinta do Barcelona) e Neves, na recarga, devolveu a vantagem aos leões. Didac defendeu à primeira, a bola foi à trave e voltou para Neves concretizar. Porém, o Barcelona deu nova resposta um minuto depois, com Catela, na direita, a assistir a entrada de Antonio Pérez, que com um remate rasteiro e colocado junto ao poste bateu Henrique para o 3-3 com que chegou o intervalo.

Parada e resposta a abrir a segunda parte até Matheus fechar as contas

Os índices de competitividade, espetáculo e alternância no marcador continuaram na segunda parte e bastou um minuto e 34 segundos para a terceira cambalhota no resultado: Catela fez o 4-3 para o Barcelona, num forte remate de baixo para cima, após passe de André Coelho e simulação perante Tomás Paçó na direita. O Sporting respondeu aos 24 minutos e fez o 4-4 por Tatinho, que só entrou na segunda parte e deixou a sua marca ao desviar na área uma reposição lateral de Alex Merlim na direita. O jogo andava, os golos apareciam e já poucas palavras havia para classificar um dos melhores jogos de Liga dos Campeões dos últimos anos.

As coisas acalmaram por algum tempo no marcador, até que já dentro dos últimos nove minutos, Matheus fez o 5-4 (31m), após um grande lance individual: recebeu na esquerda, simulou o remate com o seu melhor pé (o esquerdo) e puxou para o direito para bater Henrique Rafagnin com um remate colocado de baixo para cima.

Esse golo acabou por ser determinante, já que o resultado não mais se alterou. Nos últimos três minutos, o Sporting apostou na estratégia 5x4, mas o Barcelona conseguiu defender-se para carimbar a sua sétima final na Liga dos Campeões.

Barcelona-Sporting: quarta vitória dos catalães

Com o triunfo desta sexta-feira, o Barcelona somou a quarta vitória em cinco jogos contra o Sporting, que procurava a sua oitava final, a quarta consecutiva, depois dos títulos em 2019 e 2021 e de ter sido finalista vencido em 2011, 2017, 2018, 2022 e 2023.

Em 2022, o Barcelona foi campeão europeu ao vencer o Sporting por 4-0. Em 2021, o Sporting bateu o Barcelona e conquistou o título europeu ao vencer por 4-3. Antes, as duas equipas já se tinham defrontam nas meias-finais da UEFA Futsal Cup de 2011/12 e de 2014/15, com o Barcelona a levar a melhor em ambos os jogos, vencendo por 5-1 e 5-3, respetivamente.

A equipa treinada por Jesús Velasco vai à procura de igualar o Inter Movistar, recordista de títulos, com cinco. O Barcelona foi campeão em 2012, 2024, 2020 e 2022 e finalista vencido em 2015 e 2021.