* enviado-especial à Suécia

A primeira «história» europeia do Rio Ave meteu Bayern Munique e Benfica.

Álvaro Costa, homem da comunicação, radialista e adepto de futebol com fortes ligações ao Rio Ave, recorda o episódio: «É uma história muito curiosa. Foi a primeira «experiência» europeia do Rio Ave. O Benfica ia jogar com o Bayern e antes houve um Rio Ave-Benfica em Vila do Conde. O «espião» alemão que foi ao jogo disse que ainda bem que não lhe saiu «a equipa da casa, porque neste estádio o Bayern não passava…» Ficou impressionado com aquilo.

A ligação de Álvaro Costa a Vila do Conde e ao Rio Ave vem de muito cedo: «Fui viver para a casa onde fui em pequeno por causa do Rio Ave. O meu pai tinha outra escolha, mas eu e o meu irmão fizemos pirraça e insistimos em ficar num apartamento com vista para o estádio».

«O Rio Ave é a minha infância completa. Via os juvenis, seniores… Havia qualquer coisa de Jorge Luís Borges e Cortazar naquilo. O Rio Ave é o meu River Plate», aponta. «Tinha os autógrafos dos jogadores todos.»

Um dos aspetos que conferem carisma e uma certa mística ao Rio Ave é a ligação ao mar e aos pescadores:  Os caxineiros eram seres especiais. Havia muita pobreza, muitos nem sapatos tinham. Hoje a pobreza é menor, mas ainda existe, ainda há essa rudeza em certos meios», observa Álvaro Costa.

O comunicador aponta «Dibo» como o jogador que mais o marcou nas últimas décadas no clube: «Era um mago, tinha um talento incrível. E tinha aquele lado animista, muito típico nas culturas africanas. Morria-lhe sempre uma prima, um tio, ia dez vezes por ano à Costa do Marfim, desaparecia...» 

Mas Álvaro Costa destaca também Quim,«que foi depois para o FC Porto».