«Lar, doce lar» é expressão que os rioavistas não aplicam certamente. À 10ª jornada, e com cinco encontros disputados no Estádio dos Arcos, o Rio Ave venceu apenas um, na longínqua segunda jornada. O fantasma das derrotas em casa voltou este domingo, perante um Estoril determinado e aguerrido, que num ciclo louco de competição, com a aventura europeia pelo meio, não desarma na Liga. Foi a Vila do Conde buscar os três pontos e o quarto lugar no campeonato.

Se há uma palavra que pode descrever este jogo, essa palavra é «equilíbrio». Duas equipas separadas por um ponto, ambas pressionadas para vencer e nenhuma disposta a fechar-se na defesa. Foi um jogo aberto, com uma primeira parte morna, e uma segunda parte a ferver, numa fria tarde vilacondense.

Pouco sumo há para espremer da primeira parte. A bola ainda rondou as balizas, com mais perigo criado pelo Estoril, por Luís Leal e Sebá, mas sem grandes ocasiões de golo.

Bomba de Luís Leal

A história do jogo mudaria logo após o intervalo. Aos 50 minutos, na conversão de um livre, Luís Leal mandou uma bomba que só parou dentro da baliza rioavista. Sem hipóteses de defesa para Salin. Um golaço que incendiou o jogo.

A ganhar fora por 1-0, o Estoril tentava baixar o ritmo de jogo, mas o Rio Ave estava determinado em marcar. Primeiro Ukra de cabeça, depois Diego Lopes e Hassan. Parecia um tiro ao alvo à baliza de Vagner. Mas a bola não queria entrar.

O Estoril mal conseguia respirar, quanto mais pensar o jogo. Eram constantes as perdas de bola e a defesa canarinha estava aflita. Nuno Espírito Santo mexeu no ataque. Já tinha feito entrar Diego Lopes, depois chamou Sandro Lima e o reforço Joeano, que na época passada foi o melhor marcador da II Liga.

A equipa da Linha soube sofrer, aguentou a pressão, e aos poucos, e com recurso a um jogo mais duro, conseguiu diminuir o ritmo do encontro. Depois, aos 85 minutos, Luís Leal, aproveitando um erro clamoroso de André Vilas Boas, fez o 2-0.

Tarantini ainda tentou reduzir logo no lance seguinte, mas a bola passou rente ao poste da baliza de Vagner e saiu. Teve o mesmo destino das outras.

A equipa de Marco Silva conseguiu assim repetir o 2-0 conquistado em Vila do Conde na época passada, subir ao quarto lugar, aproveitando o desaire do Gil Vicente, e distanciar-se do Rio Ave, adversário direto na classificação. Do lado dos rioavistas, a equipa de Nuno Espírito Santo continua a mostrar que o fantasma dos jogos em casa assombra, e de que maneira, o Estádio dos Arcos.