Eusébio Cup: Benfica-Newcastle, 3-2 (crónica)
Águia com marca Schmidt
O Benfica voltou a vencer a Eusébio Cup, dez anos depois, com uma vitória sobre o Newcastle (3-2), em que a equipa de Roger Schmidt, no dia em que ficou a conhecer o nome do adversário da pré-eliminatória da Liga dos Campeões, deixou claro que está quase pronta para o que aí vem. Uma primeira parte espetacular, com quatro golos, com o Benfica a marcar por duas vezes de bola parada, com mais um golo de Gonçalo Ramos e um grande golo de Grimaldo a levantar o estádio, mas também a revelar ainda algumas debilidades defensivas. No segundo tempo a qualidade do jogo caiu a pique, mas o Benfica acabou por festejar com um golo de Henrique Araújo a dois minutos do final.
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Uma equipa com uma marca cada vez mais bem vincada de Roger Schmidt. Uma equipa que se desloca em bloco, que faz uma pressão fortíssima sobre o adversário e que, depois, se desdobra em velocidade para o ataque. Uma equipa que também ainda revela algumas debilidades defensivas, sobretudo sobre a esquerda, precisamente por onde o Newcastle conseguiu abrir caminho para os dois golos que marcou. Acima de tudo, uma equipa à imagem do treinador que já assumiu que prefere ganhar um jogo por 5-4 do que por apenas 1-0.
Ao primeiro apito de Nuno Almeida, o Benfica procurou assumir as rédeas do jogo, movimentando-se em bloco e procurando ganhar velocidade pelas alas, com Gilberto e Grimaldo a oferecerem profundidade e a permitirem que Rafa Silva e João Mário procurarem terrenos mais interiores. Um Benfica de processos simples, com Enzo Fernández a personificar este aspeto, jogando ao primeiro toque, com segurança e precisão. João Mário desenhou a primeira oportunidade do jogo, com um cruzamento para a cabeçada de Gilberto à figura de Pope. Estava dado o mote.
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Do outro lado, estava um Newcastle que defendia bem, quando estava organizado, mas que sentiu tremendas dificuldades quando o Benfica recuperava bolas em zonas altas do campo. Com bola, os magpies também se desdobravam bem no relvado, explorando bem o adiantamento do Benfica, como é bom exemplo uma combinação entre Bruno Guimarães e Murphy que quase resultou em golo. O jogo estava aberto, com o Benfica a carregar e o Newcastle a responder a espaços, mas o primeiro golo, aos quinze minutos, chegou num lance de bola parada. Um lance que já vimos três vezes esta temporada: canto da esquerda, marcado por João Mário, com Gonçalo Ramos a surgir junto ao primeiro poste a desviar de cabeça. Simples e eficaz. Estava aberta a festa na Luz.
Uma festa que durou apenas alguns minutos, uma vez que o Newcastle empatou logo a seguir. Miguel Almirón, com Grimaldo ainda a recuperar posição, lançou Trippier para a linha de fundo e o lateral cruzou atrasado para o mesmo Almirón atirar a contar com um remate seco. Um lance que colocou a nu as debilidades do Benfica que deixa o corredor livre quando os laterais sobem. Rafa procurou recuperar a vantagem no reatamento do jogo, com um remate em arco que levantou o estádio, mas a bola passou a rasar o segundo poste.
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Grimaldo levanta as bancadas com míssil teleguiado
O jogo estava agora frenético, com as duas equipas com muito espaço e o Newcastle teve nova oportunidade, numa arrancada de Saint-Maximin que assistiu Callum Wilson. Valeu ao Benfica a saída de Vlachodimos aos pés do avançado que, percebeu-se depois, estava adiantado. Não marcaram os ingleses, voltou a marcar o Benfica, novamente de bola parada. Livre frontal, à medida de Grimaldo, de tal forma que se ouviu um burburinho das bancadas a antecipar o que aí vinha. O lateral espanhol correspondeu às expetativas, com um remate com o pé esquerdo e a levar a bola ao ângulo, em hipóteses para Nick Pope. Um golo novamente muito festejado pelos adeptos.
Logo a seguir o Benfica podia ter aumentado a vantagem, num grande lance protagonizado por Gilberto que levou tudo à frente pela direita e cruzou tenso para uma entrada de pé esticado de João Mário que por muito pouco não resultou em golo. O Benfica estava por cima do jogo, mas a última palavra antes do intervalo foi do Newcastle que, já depois de nova ameaça de Saint-Maximin, com um remate cruzado a rasar o poste, voltou a encontrar o caminho pela esquerda aberto. Almirón passou entre Grimaldo e Morato e atirou cruzado a contar. Estava restabelecido o empate.
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Uma primeira parte muito entretida, com quatro golos, com o Benfica a marcar por duas vezes em lances de bola parada e o Newcastle a responder pela porta da direita.
Segunda parte aos tropeções até à festa final
No início do segundo tempo, Eddie Howe lançou um novo onze, mas Roger Schmidt não tocou na sua equipa e isso notou-se na etapa complementar, com o Benfica a perder gás e a acusar desgaste. A forma de jogar de Roger Schmidt exige muito, em termos físicos, de toda a equipa e os jogadores, na segunda parte, refletiram isso mesmo. Os ingleses, por seu lado, voltaram mais frescos e bem mais incisivos, com destaque para um remate de Chris Wood, da direita, logo a abrir. Uma oportunidade para o treinador também observar o comportamento da sua defesa, com Morato e Otamendi muito bem coordenados a fechar a entrada da área.
A verdade é que Schmidt esperou apenas quinze minutos e, depois, remodelou o meio-campo, com as entradas de Weigl (Enzo) e Chiquinho (David Neres) e refrescou o ataque, com Yaremchuck a render Gonçalo Ramos que já tinha faturado. Três peças que deram um novo fôlego ao Benfica que conseguiu equilibrar o jogo, mas não conseguiu recuperar a dinâmica que tinha exibido nos primeiros 45 minutos.
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Com um ritmo bem mais baixo, o jogo decorreu com o nível de espetacularidade a cair a olhos vistos. Roger Schmidt ainda lançou Bah, Diego Moreira e Henrique Araújo para os últimos quinze minutos, mas a segunda parte teve demasiadas paragens e alguns lances mais duros em campo, como a entrada de Joelinton sobre Florentino que resultou num segundo amarelo e na consequente expulsão do brasileiro. Um lance que provocou uma troca de palavras mais acesa entre os bancos das duas equipas e que abriu caminho para um ligeiro ascendente do Benfica. A dois minutos dos noventa, chegou o golo da vitória. Bah lança Yaremchuck pelo corredor direito e o ucraniano desce até à linha e cruza atrasado para o Henrique Araújo encostar.
Foi o último teste do Benfica da pré-temporada com cinco vitórias em outros tantos jogos. Para a semana já será a sério, frente aos dinamarqueses do Midjylland, com o Benfica à procura de abrir caminho para os milhões da Liga dos Campeões.
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