«Félix? Quando se faz coisas incríveis, o normal não chega»

Depois de ter sido titular nos primeiros 16 jogos de Bruno Lage no comando técnico do Benfica, João Félix começou o último jogo, diante do Dínamo Zagreb, no banco de suplentes.

O avançado de 19 anos anos também não marcou golos nos últimos três jogos e o treinador dos encarnados foi questionado a propósito de uma eventual quebra de rendimento.

«Percebo a pergunta, mas porque é que só fazemos essa avaliação a três jogos? Vamos fazer a dez. Isto é como olhar para o campeonato só nestes dois meses e meio. A nossa avaliação não pode ser só nesse sentido», começou por dizer, referindo que as oscilações de rendimento são normais.

«Se formos olhar para a carreira do Cristiano Ronaldo, que é o exemplo de um percurso fantástico, vão ver momentos menos positivos.»

Lage admitiu que as excelente exibições de Félix nas últimas semanas elevaram a fasquia relativamente às expetativas. «O João tem de se habituar a isso, porque quando se começa a fazer coisas extraordinárias, depois o normal não chega. É um miúdo fantástico, humilde e vai ter de ter essa noção. Fez coisas tão boas e fantásticas. E vocês começaram a compará-lo ao Cristiano Ronaldo. Ele é apenas o João Félix. Vejo um miúdo que se diverte imenso a jogar com o estádio cheio e com esta equipa que o apoia. Ele tem de perceber rapidamente que não basta fazer o normal: tem de estar 'a top'», observou.

O treinador do Benfica falou ainda sobre a condição de suplente de Félix. «É apenas a gestão de esforço: passar de cinco, seis meses sem jogar 90 minutos e passar a jogar 90 minutos... Mas mais importante do que isso são as diferenças entre o facto de ter dois ou três dias de descanso entre jogos. Ainda levando em consideração que o João não tinha minutos em grande parte da época. Sentimos que ele poderia ser mais útil, se fosse necessário, a entrar, e não o castigar em termos de minutos, porque tem feito um percurso interessante nestes últimos meses», disse, comentando depois a chamada do jovem futebolista à Seleção A.

«É a consequência do trabalho e do que o selecionador tem feito. Não olhou apenas para estes dois ou três jogos, mas para o percurso do João no Benfica e nas seleções.»

[artigo originalmente publicado às 13h52]