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Memória  |  

Os 10 e os Deuses (nº 22): Nándor Hidegkuti

Não há amor como o primeiro.

O 10 sempre foi mais do que um número, um dorsal, mais até do que uma posição em campo. O 10 era o craque, o líder incontornável do ataque. Criador e, muitas vezes, também finalizador. No passado, muitas vezes o 10 era o 10, outras camuflava-se noutros números. «Os 10 e os deuses» recupera semanalmente a história destes grandes jogadores do futebol mundial. Porque não queremos que desapareçam de vez. 

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O nome diz pouco ao adepto comum. Nándor Hidegkuti faz parte da poderosa Hungria que domina o futebol nos anos 50 e é – com o risco que é dizê-lo perante a abrangência planetária do jogo – o primeiro (grande) número 10 de que há memória.

Na verdade, o jogador do MTK Budapeste é um falso-9, mais recuado no terreno, que com essa posição desfaz o WM magiar e ajuda a transformá-lo num revolucionário 4-2-4, graças também ao diferente posicionamento de Zakarias (mais central do que médio) e Bozsik (um pouco mais à frente, mais perto de Hidegkuti).

A menor profundidade de Hidegkuti provoca o equívoco nas marcações dos defesas rivais, indecisos em subir no terreno – abrindo espaço para os avançados-centro Puskas e Kocsis – ou ficar à espera, libertando o nosso herói para mostrar toda a inteligência em campo.

Dois jogos com a Inglaterra, em 1953, consolidam definitivamente as ideias de Gusztav Sebes. Em Wembley, os inventores do foot-ball caem copiosamente por 6-3, pela primeira vez perante um adversário não britânico, e a diferença até é magra tal a superioridade dos visitantes, que ainda têm um golo mal anulado, bastantes mais oportunidades e apresentam-se ainda pouco oleados na defesa. A diferença abismal começa a notar-se aos 90 segundos, com golo de... Hidegkuti, que marca ainda mais dois.

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A Inglaterra já tinha tido antes problemas com esquemas diferentes do WM, em estado de graça há 30 anos, como no amigável com a Àustria perante o talento de Matthias Sindelar em 1932, com a Suíça e Alfred Bickel em 1947 e a Argentina e José Lacasia em 1951. Perante Hidegkuti, Harry Johnson fica sem saber o que saber, tem ataques de fúria e a sua seleção é atropelada. A história repete-se de forma mais dolorosa em Budapeste (7-1).

Hidegkuti e os poderosos magiares revolucionam o jogo. Não só com o fresquinho 4-2-4, mas também com a versatilidade dos seus elementos, dispostos a ocupar diferentes posições em campo, década e meia antes do totaalvoetbal holandês de Rinus Michels.

A Hungria permanece imbatível por cinco e ninguém tenta copiá-la, sair do WM que é a zona de conforto de muitas outras equipas. É Bela Guttman (sim, esse!) quem emigra para o Brasil e leva as novas ideias para o São Paulo, que, por sua vez, inspira o «Escrete» a tornar-se tricampeão mundial (1958, 62 e 70) e a conquistar de vez a Jules Rimet com uma última linha de quatro definitivamente implantada. O tal 4-2-4.

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Com excelente controlo de bola, visão periférica, capacidade de passe, sentido posicional e o ainda 9 a assentar-lhe nas costas, Hidegkuti é o primeiro grande 10 da história. É com ele que começa a lenda.A exibição de Hidegkuti frente à Inglaterra em 1953:

Nándor Hidegkuti 3 de março de 1922

1942-45, Elektromos FC, 53 jogos, 27 golos 1945-46, Herminamezei AC, sem registo 1947-48, MTK*, 314 jogos, 226 golos * O MTK mudou várias vezes de nome nesta fase.

Campeão Olímpico (Hungria, 1952) Vice-campeão mundial 1954 3 campeonatos húngaros (1951, 1953 e 1958) 1 taça húngara (1952)

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Primeira série:

Nº 1: Enzo FrancescoliNº 2: Dejan SavicevicNº 3: Michael LaudrupNº 4: Juan Román RiquelmeNº 5: ZicoNº 6: Roberto BaggioNº 7: Zinedine ZidaneNº 8: Rui CostaNº 9: Gheorghe HagiNº 10: Diego Maradona

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Segunda série:

Nº 11: Ronaldinho GaúchoNº 12: Dennis Bergkamp Nº 13: RivaldoNº 14: DecoNº 15: Krasimir BalakovNº 16: Roberto RivelinoNº 17: Carlos ValderramaNº 18: Paulo FutreNº 19: Dragan StojkovicNº 20: Pelé

Terceira série:

Nº21: Bernd Schuster

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