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Reportagem  |  

Eslovénia: na pátria de Doncic e Pogacar o futebol não é o desporto-rei

Portugal joga esta terça-feira em Liubliana e João Henriques faz de ilustre olheiro para o Maisfutebol. Ex-treinador do Olimpija destaca o ecletismo deste pequeno país que é uma potência desportiva e faz o raio-X à seleção que tem Sporar e Sesko como grandes armas ofensivas

Basta entrar no Parque Desportivo Stozice, em Bezigrad, no norte da capital Liubliana, para perceber que na Eslovénia o futebol não tem estatuto de desporto-rei.

Ao lado do estádio nacional para 16 mil espectadores, onde Portugal joga nesta terça-feira um particular de preparação para o Euro 2024, fica a Stozice Arena, com uma lotação de 12.500 lugares para modalidades de pavilhão.

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Ambas as infraestruturas são símbolos de um país de dois milhões de habitantes, com uma área quatro vezes e meia menor do que Portugal, mas que à sua dimensão se afirma como potência desportiva na Europa.

Luka Doncic, estrela dos Dallas Mavericks e da NBA

A pátria do guarda-redes ex-Benfica Jan Oblak ou do avançado ex-Sporting Andraz Sporar é reconhecida mundo afora como o berço de grandes nomes do ciclismo como Pogacar e Roglic; ou de grandes estrelas do desporto norte-americano: Luka Doncic brilha na NBA, nos Dallas Mavericks, como um dos melhores basquetebolistas da atualidade, enquanto a luz de Anze Kopitar se destaca desde 2006 mais alto nível na NHL de hóquei no gelo, sempre ao serviço dos Los Angeles Kings.

«Mudaram a data para o basquetebol não tirar gente ao futebol»

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«Um dos melhores jogadores da NBA é esloveno, dois dos melhores ciclistas da atualidade são eslovenos, no esqui têm alguns dos melhores do mundo também, no andebol têm sempre uma seleção forte. O futebol na Eslovénia é mais uma modalidade entre outras que disputam as atenções mediáticas. Não é como em Portugal», sublinha em declarações ao Maisfutebol João Henriques, treinador português que esta época comandou o Olimpija Ljubjana; e que recorda logo de seguida um episódio demonstrativo dessa paixão eclética dos adeptos.

«Só para termos uma noção: quando jogámos a pré-eliminatória da Liga dos Campeões com o Galatasaray teve de haver desencontro de datas com o jogo da equipa de basquetebol do Olimpija, que também ia jogar para a Liga dos Campeões da modalidade e iria retirar pessoas ao… futebol. Repare, o receio não era o futebol retirar gente ao jogo de basquetebol… O pavilhão leva quase tantas pessoas como o estádio e estão lado a lado.»

João Henriques saiu, entretanto, do comando técnico do Olimpija, mas recorda que se sentiu «praticamente em casa, pela comida e pela tranquilidade» nesta antiga república jugoslava muito influenciada por Itália, país com o qual faz fronteira: «A principal diferença com Portugal é o domingo, por não se ver ninguém na rua. Há gente que vem de Itália e da Áustria para passar o fim de semana. Os centros comerciais estão fechados e a cidade fica deserta porque as pessoas vão para a montanha fazer caminhadas, para os lagos nadar, passear com a família na natureza.»

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Atenção, Portugal: «Sesko é a grande revelação e tem um enorme potencial»

E quanto ao futebol, muitas diferenças? Não tantas como seria de esperar, afirma o técnico de 51 anos, que em Portugal já orientou, entre outros, Vitória de Guimarães, Marítimo, Leixões, Santa Clara, Paços e Moreirense.

«Quando comecei a analisar a fundo as equipas na Eslovénia fiquei surpreendido, porque a tentativa é de jogar apoiado, de sair a jogar por trás, como nas grandes referências do futebol europeu, mesmo que não tenham os mesmos argumentos. Os médios não são como o Bruno Fernandes ou o Bernardo Silva, mas tentam espelhar-se num jogador que conhecemos bem, que foi o Zahovic. Há alguns com qualidade técnica, como o Elsnik, que foi o meu capitão no Oljmpija. Portanto, desengane-se quem pensa que se joga um futebol físico. Eles tentam conciliar as duas abordagens, num estilo muito parecido com a Croácia, que é o vizinho e influencia também nesse aspeto. Além disso, têm uma boa escola de guarda-redes.»

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João Henriques, português que treinou o Olimpija nesta temporada

Perguntámos então quais são as principais armas desta seleção eslovena e João Henriques, qual olheiro particular do Maisfutebol, aponta para a frente de ataque, para uma dupla composta por um ex-Sporting e uma enorme promessa de 20 anos do Leipzig.

«Diria para Portugal estar atento sobretudo aos dois avançados: ao Sporar, que já conhecemos, e em particular ao Sesko, que é a grande revelação desta altura e tem um enorme potencial. São dois jogadores grandes e com muita capacidade física, mas que têm igualmente muita qualidade técnica como finalizadores», afirmou o técnico, sublinhando as qualidades do 4-4-2 da formação comandada por Matjaz Kek.

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«Assisti ao vivo ao jogo da qualificação contra a Dinamarca e as duas equipas quase se equivaleram De facto, são uma equipa perigosa. A seleção vive muito à conta das duas referências ofensivas. Quando a bola entra nessa zona, eles são bastante fortes e encaram cada lance com muita competitividade. Além disso, são uma equipa com bastante experiência internacional, com vários jogadores que jogam em Itália, Grécia, Alemanha... Do onze inicial, normalmente só o Elsnik joga na Eslovénia», destaca João Henriques, que até antevê que os eslovenos possam surpreender na fase final do Euro 2024, a segunda da sua história.

Para já, Oblak, Sporar, Sesko e companhia têm pelo caminho já amanhã a seleção portuguesa e casa cheia no Estádio Stozice.

Esta terça-feira, tal como em junho próximo, o futebol irá reinar em Liubliana e um pouco por toda a Eslovénia.

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