Bola, bola e bola. Assim foi o treino de Portugal, o primeiro na Alemanha, e que foi aberto a mais de 8000 mil adeptos e durou pouco mais de uma hora. No Heidewaldstadion, em Gütersloh, Roberto Martínez dividiu os jogadores em vários grupos nos vários exercícios realizados durante a sessão de treino.

O treino estava agendado para as 18h00, mas cerca de 50 minutos antes já a equipa técnica do selecionador nacional preparava a sessão de trabalho. Balizas, estacas e bolas estavam distribuídas pelo campo que foi ligeiramente encurtado quer à profundidade, quer à largura, provavelmente com o intuito de obrigar o plantel a jogar em espaços mais curtos.

Estava, no fundo, tudo preparado até ao mais ínfimo detalhe para a chegada dos jogadores. 

«Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo», gritava-se nas bancadas antes da entrada da seleção. Humberto Coelho foi, de resto, o primeiro a dirigir-se aos adeptos a partir do centro do relvado, onde estava também um representante da câmara municipal de Gütersloh.

«Agradecemos o vosso apoio, já estamos a ganhar. Este grupo tem trabalhado para ganhar todos os jogos. Certamente vamos fazer um bom Europeu», referiu o vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

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Seguiram-se os jogadores para gáudio do público quando o relógio marcava 17h59. O grupo começou com uma corrida ligeira e após duas voltas, juntaram-se no centro da relvado e exibiram uma faixa gigante onde se lia «Obrigado, Alemanha» em português e em germânico.

O treino arrancou verdadeiramente a seguir.  Os guarda-redes foram fazer trabalho específico enquanto os outros jogadores foram divididos em três grupos para realizarem exercícios de ativação.

De seguida, a seleção fez três meiinhos. Junto à bancada estava um grupo com Matheus Nunes, Gonçalo Inácio, Pedro Neto, João Cancelo, Bruno Fernandes, Pedro Neto e Gonçalo Ramos; a meio estavam Pepe, Nuno Mendes, Ronaldo, Dalot, Rafael Leão, Diogo Jota, Chico Conceição e Nelson Semedo; mais afastado da zona destinada à imprensa estavam Vitinha, Bernardo, Palhinha, Rúben Dias, Félix, João Neves, Rúben Neves e António Silva. 

Entre invasões de campo falhadas, a sessão de trabalho prosseguiu com boa disposição. Houve tempo para uma pequena conversa de Martinez com o grupo na transição para os dois exercícios seguintes. 

No primeiro o objetivo passava por manter a bola enquanto a outra equipa pressionava. Havia três jogadores que eram «jóqueres». Um dos pormenores que saltou à vista foi o facto de Cancelo ter jogado sempre como «jóquer» no meio no grupo onde esteve inserido à semelhança do que aconteceu com outros jogadores de meio-campo nos outros dois, deixando no ar a ideia de que deverá ser mesmo aposta num papel mais interior a partir da esquerda.

Cerca de 30 minutos depois, os jogadores reuniram-se perto de Martínez que deu uma pequena palestra. Não durou mais do que cinco minutos. 

A lógica manteve-se no exercício seguinte, desta feita com duas equipas de quatro jogadores e três «jóqueres. O objetivo era ganhar a bola rapidamente e colocar a outra equipa a pressionar.

Ainda sem os guarda-redes, o plantel transitou para a outra metade do campo onde realizou um exercício de posse de bola. Dez contra dez, mais três «jóqueres», sendo que quem recuperava a bola tinha de atacar uma das seis balizas pequenas distribuídas nesse meio-campo.

Bruno Fernandes destacou-se com duas finalizações certeiras porém, o momento que arrancou sorrisos foi protagonizado por Félix e Bernardo: o primeiro atirou ao ferro e o segundo marcou na recarga. O jogador do Man. City agradeceu ao compatriota como se este lhe tivesse feito uma assistência.

Os jogadores intercalaram este exercício de posse de bola com o anterior antes de serem separados em dois grupos. José Sá, Diogo Costa, Francisco Conceição, Pepe, Rúben Dias, Cancelo, Jota, Rúben Neves, Leão, Inácio, Semedo, Danilo, João Neves, Gonçalo Ramos, Pedro Neto e António Silva ensairam exercícios de três contra dois com duas balizas. Do lado oposto, Matheus Nunes, João Félix, Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes, Nuno Mendes, Diogo Dalot, Palhinha, Bernardo Silva e Palhinha trabalharam finalização com Rui Patrício entre os postes.

Cristiano Ronaldo anotou três golos e cada um deles foi celebrado de forma efusiva pelos adeptos, arrancado sorrisos aos jogadores. Já depois de os jogadores se terem revezado entre os exercícios, Diogo Costa apresentou queixas na cabeça embora tudo não tenha passado de um susto - nem necessitou assistência médica.

Entre várias invasões de campo com o propósito de chegar a Cristiano Ronaldo (um adepto conseguiu abraçar o capitão nacional), o treino caminhou para o final com novo exercício de organização ofensiva e defensiva com finalização incluída. 

Pouco deu para perceber em relação ao onze que o selecionador de Portugal poderá apresentar para o duelo com a Chéquia, da próxima terça-feira, mas serviu para aproximar (ainda mais) o público dos jogadores.