Duelo balcânico emocionante no chamado ‘Grupo da Morte’ do Euro 2024. A Croácia e a Albânia empataram a duas bolas na tarde desta quarta-feira, na segunda jornada do Grupo B. O último golo foi marcado por Gjasula, na compensação da segunda parte, já depois de ter concedido um autogolo. 

Há indícios de que este Euro 2024 seja o fim de ciclo desta "geração de ouro" da Croácia. Com uma idade média de 30 anos no onze titular, Modric, Perisic e Brozovic já ultrapassaram claramente os seus melhores anos.

A Albânia apostou numa equipa diferente da primeira jornada, com um ataque mais móvel. Surpreendentemente, Armando Broja, avançado e um dos destaques desta equipa, ficou no banco em detrimento de Rey Manaj, avançado que entrou bem contra a Itália. Seferi, extremo que se destacou no primeiro jogo, deu lugar ao ‘sortudo’ Qazim Laçi.

Também a Croácia fez alterações – Josip Stanisic saiu para o lugar de Juranovic, Perisic surpreendeu como defesa esquerdo – Gvardiol passou para o centro da defesa. Budimir deu lugar a Petkovic, que falhou uma grande penalidade contra a Espanha. Mais tarde, Budimir viria a entrar para ser decisivo.

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A Croácia construía a três, com Brozovic a recuar no meio dos centrais, mas tinha muita dificuldade em chegar perto da área albanesa ou sequer encontrar espaços nas costas dos médios adversários. A Albânia tentava criar perigo através de jogo direto, pelos corredores laterais.

E foi através dessa metodologia que surgiu o golo – com Asani descaído para a direita, com tempo e espaço, o avançado cruzou muito bem para a área da Croácia. Surgiu Laçi em zona de finalização, com um cabeceamento certeiro. Grande festa do médio do Sparta de Praga, que saía do anonimato.

A Croácia respondeu com um remate tímido, por parte de Marcelo Brozovic, mas sem grande perigo. Até foi Livakovic que impediu o 2-0, com uma defesa monstruosa. Tudo bem feito no contra-ataque albanês e Asllani, na cara de Livakovic, não conseguiu ganhar no duelo decisivo. Curiosamente, Asllani envergava chuteiras personalizadas com o Super Mario.

Na segunda parte, o experiente Zlatko Dalic promoveu a entrada de dois jogadores que podiam dar mais dinâmica ao meio-campo - Luka Sucic e Mario Pasalic. A Croácia começa a segunda parte mais perigosa, obrigando Strakosha a duas defesas apertadas. Luka Sucic, especialmente, entrou para dar dores de cabeça aos albaneses.

No entanto, o ritmo imprimido pela Croácia nunca foi de difícil gestão por parte do coletivo albanês, que de vez em quando conseguia sair em contra-ataque (nota para o trabalho de Bajrami, médio do Sassuolo).

Aos 70 minutos, após muita insistência, a Croácia lá empatou o jogo. Andrej Kramaric, aniversariante, arranjou espaço na grande área, beneficiando de uma jogada a primeiro toque, tira um oponente do caminho e atira para o golo. Assistência de Budimir, recém-entrado.

Logo a seguir, dois minutos depois, o mesmo Budimir arranjou espaço dentro da área da servir Luka Sucic, o parceiro que também saltou do banco instantes antes. O jovem rematou, a bola bateu em dois adversários e entrou na baliza de Strakosha. Azar para a Albânia e, em especial, para Gjasula, que marcou auto-golo. Mas a emoção não ficaria por aqui. 

Já ao minuto 90+4, a Albânia chegou ao merecido empate através do mesmo jogador que marcou autogolo. Gjasula, veterano do Darmstadt, apareceu bem no coração da área, após um cruzamento rasteiro, para finalizar sem hipóteses para Livakovic. Grande festa. A defesa croata fica mal na fotografia, com a bola a passar por vários homens.

Desta forma, a Albânia soma um ponto, depois da primeira derrota com a Itália, o mesmo que a Croácia. Ficam agora no sofá a ver o Espanha-Itália, as duas equipas que somam três pontos no Grupo B.

A Figura: 

Não ficaria mal este título a Thomas Strakosha, guarda-redes da Albânia que evitou várias vezes o golo croata. Mas Ante Budimir é a figura deste jogo por mexer imediatamente com a partida - criou os dois golos de forma inteligente, logo após a entrada na partida.

O momento: Segundo golo da Albânia

Emoção tardia, como se quer num bom Europeu. A Albânia chegou ao empate já no quarto minuto de compensação após uma segunda parte de abnegação - muito tempo a defender e a tentar criar perigo em contra-ataques. No Grupo da Morte, a Albânia sobrevive.