Para a história ficou a final de 69: no Jamor, a Académica jogou de luto na derrota com o Benfica, aproveitando o palco de um evento nacional para contestar o regime e a polítia de educação da altura, numa época particularmente difícil para o Estado Novo pela contestação estudantil.

Este domingo, no regresso ao Jamor, os adeptos da Académica não repetiram a o ambiente da altura, até porque a liberade de protesto retirou peso às ações, mas tentaram honrar o espírito de 1969. Sensivelmente pela mesma altura do jogo, pouco antes do intervalo, encheram a bancada de tarjas.

Do meio dos adeptos vestidos de negro saíram então várias frases fortes: com a mesma dimensão e o mesmo tipo de letra de 1969. Nas tarjas podiam ler-se então frases de contestação ao sistema educativo, frases de contestação à situação do país e sobretudo frases contra a política de ação social.

Numa ação concertada, os estudantes da Académica exibiram tarjas com frases como «Mãe estou no desemprego», «Investir na educação é investir no futuro», «As propinas mais caras da Europa», «Quero direito a um futuro», «11 mil bolsas de estudo a menos» e «Marinho paga-me as propinas».