O treinador da Académica considera que o clube tomou a atitude correcta ao inscrever a equipa nas provas da UEFA mesmo sem ter qualquer garantia de qualificação para as competições europeias. «A decisão tem de ser tomada em Dezembro, é quando se inicia o processo. Na altura, já estávamos fora da Taça de Portugal mas reparem no caso das equopas que chegaram às meias-finais e foram surpreendidas. Não é um compromisso obrigatório, motivo de pressão ou responsabilidade porque essa tem sempre de existir na Académica. Agora, por 2500 euros, deixar escapar uma oportunidade destas¿ Era estupidez não o termos feito. Não é ambição a mais, é uma questão de critério e organização», explicou André Villas Boas.
O técnico falava à margem da conferência de lançamento do jogo com o Marítimo, este domingo, nos Barreiros, quem tece elogios: «Será um jogo mais difícil [do que o anterior, em casa, com o Rio Ave], encontramos um adversário nas mesmas circunstâncias do Rio Ave, vindo de uma derrota, tal como nós. É uma equipa com preocupação de jogar um futebol de ataque, atraente, e que se preocupa com uma identidade própria e muito próxima daquilo que culturalmente é o futebol português.»
Apesar de admitir que «custou muito» perder com os vila-condenses na semana passada, Villas Boas garante que a equipa não vai procurar compensar a derrota nos Barreiros: «Devíamos era ter ganho! O problema é que não o fizemos. Queremos sempre ganhar, mas por erros individuais ou estratégicos, vamos sendo penalizados. O sentimento é sempre esse, claro que por vezes o adversário é mais forte ou define preceitos que não conseguimos contrariar.»
O regresso às opções de dois avançados, como Éder e Miguel Fidalgo, fez aumentar as alternativas para o ataque e o técnico não rejeita a possibilidade de jogar em 4-4-2 na Madeira. Mas antes de pensar na táctica, há que corrigir uma das pechas da equipa, os golos sofridos a partir de bolas paradas: «Temos vindo a debater e sempre que sofremos responsabilizamo-nos e quem está envolvido directamente. Fazemos as adaptações necessárias, nestas situações que cada vez definem mais os jogos. Podemos melhorar, mas a perfeição é inatingível.»
Em jeito de balanço, Villas Boas acredita que ainda é possível chegar a um lugar tão bom como o do ano passado (sétimo), sobretudo se a equipa estiver bem durante o ciclo complicado que ai vem, com jogos fora na Madeira e em Guimarães e a recepção ao F.C. Porto: «Fizemos uma boa média pontual, queríamos, sobretudo, sair do último lugar. O melhor elogio a este grupo é constatarmos que temos apenas menos um ponto do que no ano passado. E esta equipa técnica te menos um ponto com menos sete jornadas. Vai começar um ciclo difícil, no qual acredito que vamos pontuar, mas, no ano passado, foi agora que começou a subida. É preciso, no entanto, ver que ainda não temos a manutenção garantida. Precisamos de mais pontos.»
Para o jogo nos Barreiros, a Académica não poderá contar com Cris, castigado, mas Tiero já poderá jogar após ter cumprido dois jogos de suspensão. A continuidade de Diogo Gomes no onze é uma incógnita, por sido reintegrado só na parte final da semana nos trabalhos, enquanto Éder e Miguel Fidalgo podem ser convocados, depois de recuperarem das respectivas lesões. Pedro Costa e Amoreirinha ficam de fora, em recuperação.