O APOEL anda nas bocas do mundo, a fazer uma campanha memorável na Liga dos Campeões. O clube onde atuam quatro portugueses prepara-se para enfrentar o todo poderoso Real Madrid. Mas será que o APOEL, no seu país, segue o caminho do sucesso? Nem tanto. Atualmente ocupa o segundo lugar da liga e pode ficar a dois pontos do AEL Limassol.

Neste momento o AEL aparece em terceiro, pois o jogo frente ao Apollon, em que ganhava por 3-1, foi interrompido nos últimos minutos com uma invasão de campo dos adeptos adversários. Se tudo correr dentro do esperado, o AEL passará a liderar com 54 pontos, mais um do que o Omonia e dois do que o APOEL.

Hugo Sousa e Silas no Guimarães cipriota

E quem é o AEL Limassol? É a equipa com mais portugueses na 1ª Divisão cipriota, com sete jogadores lusos, imagine! Eliminaram o APOEL da Taça do Chipre esta época e ainda não perderam nenhum jogo contra os rivais de Nicósia. Nas suas fileiras estão Hugo Sousa, Dossa Júnior, Carlitos, Monteiro, Silas, Kaby Djaló e Henrique.

Além dos vários portugueses, e de outros antigos jogadores que participaram no campeonato nacional, Rui Paulo Júnior é o diretor-desportivo.

Inveja não, notoriedade sim

A surpreendente campanha na Europa dos rivais cipriotas não causa inveja, mas sim felicidade e respeito. Para Hugo Sousa, que fez a formação no F.C. Porto e esteve meia época no F.C. Brasov, o momento é especial.

«Estamos muito felizes pelo momento do APOEL. Eles estão a representar o futebol cipriota, que tem muitos bons jogadores e boas equipas», diz o atleta ao Maisfutebol. A mudança na forma de ver o campeonato local é a principal conquista, segundo Silas.

«Dignifica o futebol cipriota. Há muita gente que continua a olhar de forma diferente. Se calhar começam a olhar da forma que ele merece. Não é como o português, mas já tem alguma qualidade» afirma o antigo internacional português.

O facto de nunca terem perdido esta época contra o APOEL valoriza ainda mais a equipa de Limassol. «A nós só nos dá mais mérito. Jogámos quatro vezes e temos um saldo positivo: duas vitórias e dois empates. As duas vezes que ganhámos até foram em casa deles», indica o médio de 35 anos.

E como se ganha à equipa mais conhecida do Chipre? Silas explica as diferenças na forma de jogar. «O APOEL na Europa joga mais fechado, com contra-ataques. Como cá jogam de forma mais livre e aberta, nós estudamo-los bem e tiramos proveito disso. Aqui são eles que mandam no jogo, mas contra nós isso não acontece tanto e eles passam um mau bocado. Não estão habituados.»

Imagens do AEL-APOEL: