Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, vê com muitas reservas a hipótese de a I Liga vir a ser alargada para 18 clubes.

Em declarações ao Maisfutebol, Evangelista fez questão de separar este tema em dois aspetos: a parte do licenciamento e o momento económico do futebol e do país.

«Começo por olhar para a questão do licenciamento. Nesse plano, o que me preocupa é que os critérios sejam cumpridos. Se todos os clubes que participam nas ligas profissionais cumprirem os requisitos exigidos, é-me relativamente indiferente que sejam 16 ou 18 clubes. Cabem à Liga e aos clubes decidirem isso. Importa-me, isso sim, que a Liga faça essa fiscalização e assegure que tudo seja cumprido», observou o líder sindical.

Mas Joaquim Evangelista não esconde críticas em relação a esta proposta, quando olha para o momento económico do país em geral e do futebol em particular: «Temos que perceber o momento que vivemos. Não me parece que haja condições, neste momento, para estar a alargar. Os clubes não podem gerar expetativas aos jogadores e, depois, os meses vão passando e essas expetativas não são cumpridas».

Evangelista, que nos últimos anos tem sido um dos principais denunciadores dos incumprimentos no futebol português, admite que «a situação do Boavista é especial e pode ter conduzido a esta proposta». Mas acha estranho que, a reboque do Boavista, se crie a oportunidade para um outro clube. «Sinceramente, não vejo que condições diferentes, que dados novos há, em relação à proposta anterior de alargamento, de há um ano», aponta o presidente do Sindicato.

Já em relação à reintegração do Boavista, Joaquim Evangelista admite que «pode ser uma boa notícia, porque qualquer pessoa que gosta do futebol português sabe que o Boavista é um clube importante, com boas condições desportivas. Estou à vontade, porque sempre gostei muito do Boavista e mesmo nos momentos mais complicados, colocando-me sempre do lado dos jogadores, tentei ter o máximo de cooperação possível com os dirigentes do clube e eles podem comprová-lo».