Nos últimos anos, a discussão no futebol português sobre os quadros competitivos tem estado demasiado focada no número de clubes.

Mas mais do que saber quantas equipas se devem meter em cada escalão, fará sentido decidir que modelo competitivo se pretende para o futebol em Portugal.

Em Inglaterra, há 92 clubes nos escalões nacionais (20 na Premier League, mais três divisões de 24 na Football League). Em Portugal, neste momento, há 162 clubes a disputar divisões nacionais (32 nas duas ligas profissionais, 48 na II Divisão, 82 na III) e 168 equipas (se contabilizarmos as seis equipas B da Segunda Liga).

Esta discrepância (quase o dobro de clubes em Portugal do que em Inglaterra a disputar divisões nacionais) parece mais chocante do que, propriamente, somar dois clubes aos 16 da atual I Liga.

A reorganização dos campeonatos já aprovada pela FPF, e que prevê a extinção da III Divisão Nacional e a criação do Campeonato Nacional de Seniores, já a partir de 13/14, reduz um pouco esta dimensão absurda de clubes nos escalões nacionais em Portugal.

O quadro previsto aponta para 80 clubes, repartidos em oito séries de dez, abarcando 39 clubes da atual II Divisão, os três que descerem da Segunda Liga esta época, 19 da III e 19 distritais.

Desta forma, o número total de clubes nos nacionais descerá para 112 (32 das ligas profissionais mais 80 da futura competição a criar), ou para 114 (a confirmar-se que que da Assembleia Geral da Liga sairá a aprovação de um alargamento para 18 na I Liga).