No final dos primeiros três jogos, o Benfica está em condições razoáveis para seguir em frente na Liga dos Campeões. Não boas, não excelentes, apenas razoáveis.

Receberá na Luz o Lyon e o Schalke e jogará em Israel com a pior equipa do grupo, sem dúvida muito mais fraca do que as outras três.

Apesar de a situação não ser desesperada, chegamos ao final desta fase com a sensação de que o Benfica não fez tudo o que podia e devia para estar melhor. Aliás, fez mesmo muito pouco.

Do meu ponto de vista, o Benfica, a começar pelo seu treinador, parece achar que para vencer tem de demonstrar a toda a gente que é melhor. Sempre, em cada minuto europeu. Foi assim na Alemanha, repetiu-se esta noite, em França.

O Benfica tem entrado na Europa como entra na Liga portuguesa: sempre com um discurso confiante e uma equipa disponível para dominar o jogo e o adversário. Acontece que as coisas na Liga dos Campeões funcionam de uma forma diferente. Muito diferente mesmo.

Sinceramente, o discurso de Jorge Jesus antes do jogo com o Lyon soa a fanfarronice. E não é a primeira vez. E olha-se para o jogo e isso aparece reflectido. Dois exemplos rápidos: o número de bolas perdidas na primeira parte (só possível numa equipa que não está totalmente concentrada) e a entrada no segundo tempo, quando o facto de ter menos um jogador exigiria uma atitude diferente.

Resumindo: acho que o Benfica pode perfeitamente seguir em frente na Liga dos Campeões. Mas primeiro terá de perceber a prova em que está a competir. Depressa. Se na Luz achar que vai golear o adversário o mais certo será sair triste.

P.S. : Um outro sinal que merece reflexão e ajuda a formar a sensação de que o Benfica não sabe bem quem está no seu grupo. Quando venceu o Hapoel, o treinador do Benfica elogiou muito o adversário e garantiu que teria um papel fundamental na decisão do grupo. Porém, até agora encaixou oito golos, marcou apenas dois e evidentemente soma zero pontos.