A vitória dos EUA sobre a campeã europeia Espanha, na Taça das Confederações, deixou o mundo espantado. La Roja somava recordes atrás de recordes e, por isso, os golos de Altidore e Dempsey surpreenderam até o mais crente dos americanos. Surpresa mundial que se junta a outras que percorrem a História do futebol, e que o Maisfutebol lhe recorda.
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1- Inglaterra-Estados Unidos, 0-1 (Campeonato do Mundo de 1950)
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Onde: Belo Horizonte (Independência), Brasil
Resumo: O pai de todos os escândalos. Ingleses, autodenominados melhor selecção mundial, concedem participar pela primeira vez no Campeonato do Mundo. Norte-americanos juntam um grupo de ex-profissionais retirados, e descendentes de emigrantes - entre os quais dois portugueses, os irmãos Sousa. Os imbatíveis Matthews, Mortensen, Lawton e companhia são batidos por um golo do haitiano Gaetjens.
Consequências: Os ingleses fizeram de conta que não era nada com eles - a falta de imagens televisivas permitiu-lhes interiorizar que tudo não passara de um momentâneo lapso de razão. Os americanos, cumprido o seu papel, foram eliminados da competição e deixaram de ligar ao futebol, pelo menos até 2002.
2- Inglaterra-Hungria, 3-6 (Particular, 1953)
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Onde: Londres (Wembley), Inglaterra
Resumo: O maior correctivo da História. Ainda com a humilhação de Belo Horizonte fresquinha na memória, a Inglaterra orgulhava-se do registo de invencibilidade em casa. A Hungria, campeã olímpica, começava a impor respeito um pouco por toda a Europa. Os ingleses deram grande destaque ao jogo, prevendo a possibilidade de reafirmar a sua teórica supremacia. Puskas, Kocsis, Czibor e companhia fizeram gato-sapato do quadradão futebol inglês e afirmaram-se como novos reis do futebol mundial - diante de um público emudecido, primeiro, rendido em aplausos, depois. Nunca se vira nada assim...
Consequências: Teimosos, como só eles sabem ser, os ingleses pediram desforra. Um ano depois foram a Budapeste e saíram de lá com 7-1 às costas. A Hungria continuou a construir a lenda daquela que muitos consideram a melhor equipa de todos os tempos. O futebol conheceu um novo rosto, com a técnica e a inteligência colectiva a desintegrarem o tempo em que as proezas atléticas chegavam.
3- Brasil-Uruguai, 1-2 (Campeonato do Mundo, 1950)
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Onde: Rio de Janeiro (Maracanã), Brasil
Resumo: A derrota que redefiniu a palavra «derrota». Depois de uma caminhada arrasadora, com goleadas sucessivas até à decisão, o Brasil só precisava de um empate com o Uruguai para ser campeão do Mundo, em casa. Apesar de uma derrota em São Paulo, dois meses antes, nenhum brasileiro admitia o cenário de novo desaire, especialmente depois de Friaça abrir o marcador, no princípio da segunda parte. Mas paralizada pela responsabilidade, a selecção brasileira permitiu a reviravolta ao Uruguai, com golos de Schiaffino e Ghiggia. Dizem que o silêncio que se seguiu depois do último apito do árbitro ainda se pode ouvir no Maracanã, em noites de lua cheia.
Consequências: O Brasil tentou gerir o luto, mudando a cor da camisola (era branca, passou a canarinha) e, com a ajuda de Pelé e Garrincha, tornou-se a maior potência do futebol mundial. Os uruguaios nunca mais fizeram nada de parecido, vivendo até hoje dos rendimentos do Maracanazo.