Dois anos após Riade, a plêiade de Queiroz abraçou a glória uma vez mais. Desta vez em solo lusitano. Tudo começou no Estádio das Antas, diante da Rep. Irlanda. 90 mil pessoas nas bancadas, três golos na baliza adversária, a crença definitivamente instalada.
Ainda na primeira fase, a ufana Argentina levou com mais três, antes de Paulo Torres fazer o único golo da vitória contra a Coreia do Sul. Nos quartos-de-final, o ponta-de-lança Toni desenlaçou uma interminável igualdade diante do México. Depois, apareceu Rui Costa.
Um pontapé memorável resolveu a partida das meias-finais frente à Austrália. No jogo decisivo, com um séquito de 120 mil pessoas em êxtase, o Brasil cairia no desempate através da marcação de grandes penalidades.
Emílio Peixe foi eleito o melhor jogador da prova. Hoje, recorda ao Maisfutebol o transe que se apoderou de si naquele 30 de Junho de 1991. «Senti que cheguei ao patamar mais alto. Foi um final de tarde memorável. Estarei grato ao professor Carlos Queiroz para toda a vida.»
Uma carreira a carregar o peso de uma distinção
Figo, Rui Costa e João Vieira Pinto eram os artistas. Toni e Gil os homens com a obrigação de marcar. Emílio Peixe sustentava toda esta gente na posição mais recuada do meio-campo.
«Fiquei muito surpreendido por ter sido eu o melhor jogador do Mundial. Todos os meus colegas tinham feito grandes exibições também», sublinha Peixe, nazareno de corpo e alma. Curiosamente, o jogador nunca sentiu que esta honra o ajudasse no que faltava da sua carreira.
«Sempre houve uma colagem enorme ao que eu fiz nessa prova. Mas nunca senti que isso poderia ser uma vantagem para mim, pois todas as épocas tive que provar o meu valor para poder jogar. Ainda assim estou feliz com o que fiz no futebol», exclama o ex-jogador do Sporting, F.C. Porto e Benfica.
1ª fase:
Portugal-Rep. Irlanda, 2-0: João Vieira Pinto (17) e Capucho (78)
Brassard; Abel Xavier, Rui Bento, Jorge Costa e Paulo Torres; Peixe, Rui Costa (Capucho, 69) e João Vieira Pinto; Figo, Toni e Gil (João Oliveira Pinto, 88).
Não utilizados: Tó Ferreira, Nelson, Cao, Tulipa e Luís Miguel.
Portugal-Argentina, 3-0: Gil (56), Paulo Torres (80) e Toni (86)
Brassard; Abel Xavier, Rui Bento, Jorge Costa e Paulo Torres; Peixe, Rui Costa (Capucho, 70) e João Vieira Pinto; Figo, Toni e Gil (Luís Miguel, 82).
Não utilizados: Tó Ferreira, Nelson, Cao, Tulipa e João Oliveira Pinto.
Portugal-Coreia do Sul, 1-0: Paulo Torres (42)
Tó Ferreira; Nelson, Cao, Jorge Costa e Paulo Torres; Rui Bento, Peixe (Figo, 45) e João Oliveira Pinto; Tulipa, Toni (Luís Miguel, 68) e João Vieira Pinto.
Não utilizados: Brassard, Abel Xavier, Rui Costa, Capucho e Gil.
Quartos-de-final:
Portugal-México, 2-1 (a.p.): Paulo Torres (3, g.p.) e Toni (101)
Brassard; Abel Xavier, Rui Bento, Jorge Costa e Paulo Torres; Peixe, Rui Costa (Nelson, 90) e João Vieira Pinto (Capucho, 73); Figo, Toni e Gil.
Não utilizados: Tó Ferreira, Cao, Tulipa, João Oliveira Pinto e Luís Miguel.
Meias-finais:
Portugal-Austrália, 1-0: Rui Costa (31)
Brassard; Abel Xavier, Rui Bento, Jorge Costa e Paulo Torres; Peixe, Rui Costa e João Vieira Pinto; Figo, Toni (João Oliveira Pinto, 79) e Gil (Capucho, 66).
Não utilizados: Tó Ferreira, Nelson, Cao, Tulipa e Luís Miguel.
Final:
Portugal-Brasil: 0-0 (4-2, g.p.)
Brassard; Nelson (Tulipa, 9, depois Capucho, 70), Rui Bento, Jorge Costa e Paulo Torres; Peixe, Rui Costa e João Vieira Pinto; Figo, Toni e Gil.
Não utilizados: Tó Ferreira, Abel Xavier, Cao, João Oliveira Pinto e Luís Miguel.