Embirração: Lucho leva a melhor sobre Miguel Veloso

1. Momento de forma Lucho González está no cume da montanha, Miguel Veloso estará algures no sopé, procurando desesperadamente reencontrar o caminho para o topo. Reflexo incontornável do estado de espírito da equipa, ou vice-versa, torna-se evidente que o momento de forma de Lucho González é crescente, incomparável ao apagamento actual de Miguel Veloso. A confiança inerente a esta realidade redunda numa vantagem tremenda para o argentino, no plano teórico, enquanto o português terá de suar para equilibrar um confronto individual onde muitos apostam na sua derrota, à partida. Resta a Lucho confirmar essa discrepância emocional.
A favor de Miguel Veloso
2. Regularidade 27 anos de um lado, 21 primaveras do outro. Mais que a idade, há um capital de experiência tremendo a separar Lucho González e Miguel Veloso. Um mero pormenor? Nada mais errado. O médio portista apresenta estabilidade suficiente para superar um período menos positivo, com três ou quatro passes errados, e seguir o seu caminho sem oscilações exibicionais. Não perde a noção do seu espaço, da sua qualidade, não se agiganta nem se encolhe conforme as vicissitudes do jogo. Lucho González apresenta uma tendência para aumentar a sua preponderância nos grandes jogos, mas mesmo quando joga mal, recorre à estatística para provar que foi importante, até essencial, na manobra da equipa. Poderemos dizer o mesmo de Veloso, nesta altura?
3. Raio de acção Será um confronto de gato e rato, mas quem andará atrás de quem? Miguel Veloso joga em casa e o Sporting tem a obrigação moral de partir para cima do adversário, mas as características naturais dos jogadores pressupõe uma perseguição do português ao argentino, que deverá beneficiar de um raio de acção alargado. Miguel Veloso, face ao losango habitual, denota algumas dificuldades para sair do círculo central e cair sobre os flancos, uma vez que não têm surgido as necessárias compensações. Lucho González, por sua vez, surge na meia direita, como elemento criativo do tridente intermediário. Assim, o argentino tanto pode aparecer no espaço de Veloso, na zona de Moutinho ou nas costas de Ronny. Preocupações a mais para o Sporting.