1. Disponibilidade. Fundamental na segunda metade da última época, com golos que valeram pontos e empurraram os portistas em definitivo para o título. Dispensável na reabertura do mercado, de novo recuperado com a fome de golos de Hélder Postiga. Adriano é daqueles avançados em que se pode sempre contar. Tem uma força mental invejável, aparece sempre que dele precisam e faz com que quem o vê jogar termine com a conclusão óbvia: «Ele tem qualquer coisa...» Não é jogador de amplos recursos técnicos, mas possui algumas características que fazem dele um perigo para as defesas adversárias: bom jogo aéreo, remate fácil e muita vontade. David Luiz provou em Paris que pode abanar psicologicamente e costuma aumentar o seu raio de acção em demasia, saindo da área em pressão sobre o homem da bola e deixando as suas costas desprotegidas. Com Adriano à solta...
2. Capacidade física. Invejável, claro. Luta muito. Vai ao choque. Insiste, chateia. E arranca sempre objectivo e numa linha recta para a baliza como se o jogo tivesse começado há segundos. Adriano é um avançado difícil de marcar porque nunca está quieto, com ou sem bola. Porque salta a todas, tenta rematar a cada passo para o lado e desmarca-se quando vê a possibilidade de surgir um cruzamento das alas, pronto para fazer mais um golo. David Luiz tem uma história recente apenas em Portugal. Mostrou qualidade, mas ainda está a pisar terreno, a estudar os adversários e a descobrir as suas características. É, apesar de alto e forte, algo frágil fisicamente, como o demonstram as dificuldades que sentiu logo após os dois primeiros jogos que fez pelos encarnados. Adriano sabe isso e, pela posição que o compatriota ocupa, já deverá ter consciência de quem terá pela frente. E das debilidades que poderá explorar.
3. Oportunidade Em dez jogos, dos quais em apenas sete foi titular, Adriano marcou cinco golos. Um a cada 126 minutos. E já não festeja um remate certeiro há 150 depois de ter inaugurado o marcador aos 17, na Madeira, frente ao Marítimo. Parece estar na hora de voltar a marcar. O avançado sabe que reconquistou o lugar, mas tem certamente consciência de que é uma espécie de «patinho feio» do plantel. Ou seja, não pode vacilar. A cada oportunidade falhada o seu lugar estará em causa, a cada jogo sem golos o seu nome voltará a ser falado. E nada melhor do que marcar no clássico para conquistar mais um espacinho no coração dos adeptos. Terá David Luiz capacidade para resolver todos estes problemas criados pelo seu adversário mais directo?