1. Consciência. Longe vão os tempos em que era apontado como o patinho feio da equipa. E longe vão os actos impensados e os disparates cometidos, como a agressão a Nuno Gomes no F.C. Porto-Benfica da última temporada. Pode dizer-se que ganhou juizinho e tomou consciência das suas limitações. Deixou de inventar, de tentar fazer coisas que não conseguia e que só o prejudicavam. Trocou a vaidade pela consciência e correspondeu da melhor forma possível à confiança em si depositada por Jesualdo Ferreira. Aproveitou com apreciável maturidade a grave lesão de Pedro Emanuel e a crise de exibições de Ricardo Costa, sendo nos dias que correm o parceiro ideal de Pepe.
2. Poderio físico. 1,87m, 83 kgs. Um poderio físico invejável, uma estrutura que intimida. Carlos Bueno que se cuide. Isto, naturalmente, se for o uruguaio a cair na sua zona de acção. As diferenças são gritantes. O avançado do Sporting mede menos dez centímetros e pesa menos dez quilos. Não são factores decisivos, de acordo, mas numa partida realizada num Estádio do Dragão que vai estar cheio, Bruno Alves quererá certamente sublevar estas suas características na luta com «El Loco». No jogo aéreo é praticamente imbatível e nos lances de corpo a corpo levará sempre a melhor frente a Bueno. E isto praticamente sem fazer faltas. Os dois cartões amarelos que viu até agora nos vinte jogos que já fez (1744 minutos) provam que muito raramente recorre a meios ilícitos para parar os adversários.
3. Motivação. A lesão sofrida na passada semana, frente ao Marítimo, colocou-o em dúvida para o clássico de sábado. De imediato, os adeptos portistas e a própria equipa técnica mostraram preocupação e apreensão. Isto comprova o capital de confiança que Bruno Alves vem acumulando ao longo da presente época. A sua ausência seria um rude golpe para a eficácia do quarteto defensivo do F.C. Porto e Bruno Alves sabe-o. Daí que à motivação muito própria de um jogo deste nível, tenhamos que acrescentar a motivação de um jogador que sente que a sua presença é apreciada pelo treinador e pela imensa massa adepta que aprendeu a admirá-lo.