1. Estatuto de alto nível. Falar deste Benfica-Porto com Miccoli ou sem Miccoli tem diferenças enormes ¿ há seguramente outros que exercerão influência idêntica neste clássico, mas é do italiano que se está a falar. E Bruno Alves sabe-o. Ter como missão parar o ataque benfiquista onde Miccoli «existe» é bem mais preocupante para o defesa portista do aquele onde «não está». Miccoli condiciona logo à partida o seu marcador (directo ou não tanto) naquilo que este terá para fazer durante o jogo. Concretamente pelas características que tem, será Miccoli a tomar a acção no duelo com a defensiva contrária e a obrigar Bruno Alves a reagir; o italiano parte, por isso, em vantagem frente a um adversário que vai ser obrigado a «correr atrás» da situação.
2. O porquê de um rato bombardeiro. Os cognomes que resultam das tais características de Miccoli serão o exemplo dos maiores problemas que Bruno Alves irá enfrentar neste duelo. O sentido de marcação ou a constituição física do portista pouco servirão para fazer frente a um jogador que não se deixa enredar nesse tipo de jogo. Miccoli é muito móvel, foge bem das jogadas de contacto físico e surge em todos os lados da área ¿ o rato. Ou fora daquela, não sendo invulgar marcar golos também de meia distância quando entre defesas ou médios defensivos encontra exactamente o seu espaço livre de «inimigos» ¿ o bombardeiro.
3. Uma motivação especial. Praticamente, nunca defrontou o Porto. Em duas épocas em Portugal, jogou apenas um quarto de hora antes de se lesionar na única das três partidas em que marcou presença até agora. Nas outras duas esteve castigado numa e impedido por lesão noutra. Há pouco tempo, parece ter anunciado o regresso a Itália no final da época numa entrevista que deu no seu país. Esta é uma motivação extra para Miccoli deixar por uma vez a sua marca em jogo de tanta tradição e com a importância deste em concreto ¿ um jogo que pode contribuir sobremaneira para um título do italiano em Portugal com camisola encarnada.