1. Brilho nos jogos grandes. É «apenas» o melhor jogador do campeonato português e está novamente numa fase ascendente. Elogiá-lo é fácil. Faz da bola o que quer, usa e abusa da paciência dos adversários, pensa de forma rápida e executa com perfeição. É um agitador de multidões, um dos mais imprevisíveis futebolistas do planeta e adora palcos importantes, como este do Estádio do Dragão em noite de clássico. O golo apontado ao Benfica na primeira volta da Liga, a bola que enviou à trave no primeiro jogo contra o Chelsea e até o remate que deu o empate aos dragões em Alvalade são exemplos que sublinham a tendência para brilhar nos jogos grandes. Quem vê, agradece.
2. Técnica. O que dizer da técnica de Ricardo Quaresma? É sublime, apaixonante, uma delícia que se deve sorver com a atenção que se exige. Em câmara lenta ou na sua velocidade natural, nos mais diferentes ângulos, em casa ou ao vivo. Como Quaresma, apenas Cristiano Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. Não nos lembrámos de mais ninguém que consiga fazer os malabarismos que ele consegue. E sempre com uma facilidade que até nos faz confusão. A bola é uma extensão do seu próprio corpo. Quaresma adora-a e ela também se perde de amores pelo extremo do F.C. Porto. E até é normal, porque ninguém a consegue tratar melhor. Diante de Marco Caneira, um defesa que conhece bem, Quaresma terá uma boa oportunidade de comprovar tudo o que dizemos nas linhas anteriores.
3. Objectividade. Já não é o miúdo que se perde em fintas inconsequentes. Os tempos dos dribles para a plateia acabaram. Quaresma é agora um jogador maduro, que sabe bem quando pode fintar ou quando deve jogar de primeira. Além disso, aprendeu a defender. Não raras vezes, é possível vê-lo em perseguição ao lateral adversário e a destruir iniciativas contrárias. O que até nem deve suceder com frequência frente ao Sporting, pois sabe-se que Caneira se refugia muito nos seus terrenos defensivos. Quaresma já apontou seis golos no campeonato e promete não ficar por aí.