O Benfica assinou uma das piores exibições da temporada frente ao Espanhol e pode dar-se por muito feliz por ter perdido apenas por um golo de diferença.
A equipa de Fernando Santos apareceu mal organizada, sem atitude e incapaz de compreender o adversário que tinha pela frente. Acrescentou a todos estes problemas três erros defensivos graves, por isso aos 58 minutos perdia 3-0. E bem.
Por cinco minutos, o Benfica esteve no fundo do poço, à beira de mais uma daquelas derrotas que sofria no início da temporada.
Ao intervalo, o Espanhol tinha cometido o dobro das faltas do Benfica. Não é coisa que se elogie, mas neste caso é um dado directamente associado à atitude das duas equipas. Os portugueses interessados num jogo controlado, sem grandes emoções; os catalães dispostos a tudo para ganhar ali a eliminatória.
O facto de Fernando Santos ter resolvido mudar a estrutura da equipa também não parece que tenha ajudado. Aliás, é um dos mistérios do futebol, este de os treinadores mexerem no que funciona, em jogos importantes. Enfim.
Com Miccoli em campo e Simão no lugar em que melhor tem jogado esta época, o Benfica marcou dois golos em três minutos. Calou Montjuic, entusiasmou os adeptos e, espanto, aproveitou para voltar a fechar a loja.
Uma atitude inacreditável que levou o Benfica de volta às imediações da grande área, onde esteve perto de encaixar o quarto golo.
Como o jogo estava depois do 3-2, Mantorras por Nuno Gomes teria sido uma substituição sem risco e capaz de aproveitar o desânimo espanhol. Em vez disso, a televisão mostrou-nos um treinador preocupado em indicar aos jogadores quem deviam marcar e onde deviam colocar-se quando os adversários faziam um lançamento de linha lateral.
O Benfica demorou demasiado tempo a perceber que estava a disputar um jogo europeu. Apesar disso, saiu de Montjuic com mais do que merecia e continua a poder aspirar às meias-finais da Taça UEFA. Depois de uma hora ao pior nível da temporada.