Manuel Vilarinho esteve esta manhã no Parque dos Príncipes, em Paris, para participar na apresentação da Taça da Amizade, que se traduz num encontro particular entre o Paris Saint-Germain e o Benfica, a realizar-se a 7 de Maio, no estádio da equipa parisiense. Lucídio Ribeiro, organizador deste evento, formulou um desejo de difícil concretização. Para cabeça de cartaz, o empresário pretende que o internacional brasileiro Ronaldinho faça a sua estreia com a camisola do Paris Saint-Germain e, do lado do Benfica, quer ver Mantorras vestido de encarnado. 

«Se o PSG vai fazer o máximo para o Ronaldinho jogar, decidir propor ao presidente do Benfica que fizesse tudo para trazer Mantorras, nem que seja para jogar meia-hora», referiu Lucídio Ribeiro no decorrer da conferência. Surpreendido, Manuel Vilarinho limitou-se a dizer que «não é um problema que está nas mãos do Benfica, ver-se-á...». 

O contrato que liga Mantorras ao Benfica só é válido no início da próxima época e, como o jogo está marcado para o próximo dia 7 de Maio, a presença de Mantorras está dependente de uma autorização do Alverca. O facto de se tratar de um jogo de carácter particular permite que Mantorras possa vestir a camisola do Benfica sem que ainda tenha um vínculo contratual e as actuais boas relações entre o Benfica e Luís Filipe Vieira, presidente da SAD do Alverca, tornam esta possibilidade real. Mas, com o campeonato português a decorrer é pouco plausível. 

Mesmo a utilização de Ronaldinho não é um dado adquirido. O internacional brasileiro assinou um contrato de cinco anos com o Paris Saint-Germain, mas este só é válido a partir de 1 de Junho. Além disso, o jogador está em conflito aberto com o Grémio. Ronaldinho está em final de contrato e quer saír a custo zero ao abrigo da Lei Pelé. No entanto, o clube brasileiro alega que o seu contrato é anterior à referida e lei e exige uma indmnização pela sua saída. Em termos financeiros, a presença de Ronaldinho poderá ser mais importante para Lucídio Ribeiro do que a de Mantorras. À partida, a simples presença do Benfica já atrai muitos emigrantes portugueses ao estádio, mas a perspectiva da estreia de Ronaldinho permitiria também chamar os adeptos franceses. 

«Ronaldinho já terminou o contrato que o ligava ao Grémio e pode jogar se quiser. Depois, trata-se de um jogo particular, em que o jogador nunca pode ser comprometido», explicou Lucídio Ribeiro. Lionel Dexler, director do Parque dos Príncipes também referiu que «há a vontade de Ronaldinho e do PSG em participar neste encontro, embora a sua presença ainda não esteja confirmada». De qualquer forma, Lucídio Ribeiro garante que «está garantida a qualidade do jogo», já que no contrato assinado está previsto que os dois clubes apresentem as suas melhores equipas e, além disso, estão previstas apenas quatro substituições, incluindo a do guarda-redes. 

Manuel Vilarinho considera que «é uma honra para o Benfica participar num evento destes», logo à partida pelas compartidas financeiras, mas também pela possibilidade de trazer alguma alegria aos emigrantes e estabecer relações de amizade com grandes clubes da Europa, neste caso o PSG. Mas, acima de tudo, são as compartidas financeiras que trazem o Benfica a Paris. «O Benfica não é uma equipa barata, tivemos de pagar um cachet bastante elevado. Mas, tendo em atenção a dimensão do clube, também acaba por não ser caro», limitou-se a dizer Lucídio Ribeiro quanto às verbas pagas ao Benfica. 

Lucídio Ribeiro aguarda um estádio cheio, cerca de 45 mil espectadores e assegura que as obras que estão a decorrer no Parque dos Príncipes não vão limitar a lotação, já que «são apenas obras exteriores». Garantidas estão a presença de três mil presidentes de associações portuguesas de toda a Europa, desde representantes de clubes de futebol a grupos folclóricos, convidados pela ICM Sports, empresa de Lucídio Ribeiro. 

O jogo vai ser transmitido em directo pela TVI para Portugal, e pela RTP Internacional e RTP África para o resto do mundo. O árbitro do encontro será designado pela Federação Francesa de Futebol. Os preços dos bilhetes, que já estão à venda, oscilam entre os dois mil e quinhentos escudos e os 22 contos, este último com direito a cocktail antes e depois do jogo. 

Entre outros jogos, Lucídio Ribeiro já foi responsável pela organização do Holanda-Portugal (particular) e das finais da Supertaça de Portugal de 1995 e 1996.